Jornal Estado de Minas

Entenda a diferença entre o tumor encontrado no cérebro da jornalista Glória Maria e o câncer

No último dia 11 de novembro, a jornalista Glória Maria surpreendeu os fãs ao precisar passar por cirurgia para retirar um tumor no cérebro. Segundo o boletim médico do Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, a jornalista fez a retirada de uma lesão expansiva cerebral e, ainda de acordo com o hospital, a operação foi um sucesso e a lesão foi removida por completo. 





Casos como o de Glória Maria podem assustar, mas nem todo tumor indica câncer, como explica Luís Eugênio de Andrade Filho, oncologista do grupo Oncoclínicas. Temos muitos tipos de tumores cerebrais. Os mais comuns são os gliomas. E o câncer ocorre quando temos a presença de células malignas”, afirma.

O médico explica que uma lesão expansiva no cérebro, como o que ocorreu com a Glória Maria, seria qualquer lesão que tenha crescimento e rechace as estruturas cerebrais adjacentes. A lesão pode ser desde tumor maligno ou uma infecção. “Os gliomas surgem quando as células gliais cerebrais que dão suporte aos neurônios sofrem alterações genéticas e passam a se multiplicar de forma descontrolada. São vários os tipos de gliomas, classificados pela Organização Mundial de Saúde de acordo com as características celulares, localização e, principalmente, análises biomoleculares.

O oncologista levanta algumas hipóteses do que pode ter ocorrido com a repórter. “Pelo que apurei em jornais, ela sofreu um desmaio em sua casa e a propedêutica revelou um tumor cerebral que foi extirpado. Há muitas causas de tumores cerebrais. Mas, a causa mais provável é o envelhecimento celular levando a mutações genéticas que culminaram no surgimento de células malignas”, supõe.

Luís Eugênio chama a atenção para alguns sinais que podem sugerir o aparecimento de uma lesão expansiva cerebral. “Depende da evolução, se rápida ou mais devagar, da localização, do tipo de câncer... podem variar de desmaios, caso da Glória Maria, a crises convulsivas tipo epilepsia”, alerta. 




 
Além disso, Luis Eugênio dá dicas para se prevenir do problema. “Primeiramente, sempre viva bem. Estado físico e mental. Pratique atividades físicas, boa alimentação, bom sono e alimente-se bem. Fique atento a sintomas como dor de cabeça, diferente das usuais e que não melhoram com analgésicos. Sintomas como formigamento contínuos e alterações de memória frequentes podem ser o primeiro alerta de tumores cerebrais, principalmente em idosos”, finaliza.
 
* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram