Jornal Estado de Minas

COVID-19

Jogos criam conexão com a família e os amigos


Quem nunca aguardou com ansiedade a chegada do fim de semana para se divertir ou jogar na casa de amigos, em bares ou parques? Parece que foi há muito tempo e há muita gente com saudades. E não são apenas as crianças que sentem falta de brincar com os amigos.



Adultos, principalmente os fãs de jogos de baralho, de tabuleiro e RPG, precisam se resignar com a impossibilidade de reunir os amigos para uma rodada (ou mais) ou para uma noitada nos populares bares de jogos.

Mas, é possível encontrar alternativas para se divertir. Quem mora com a família e tem baralho ou jogos de tabuleiro, pode aproveitar o isolamento e brincar com os familiares. Quem não tinha o hábito, e não tem as peças necessárias, pode investir em jogos que precisam apenas de papel e caneta, como a tradicional adedanha, ou jogos disputados pela internet que reúnem amigos de forma virtual. Comprar jogos e até mesmo alugá-los para experimentar novos desafios também são opções.

Vindas de uma família com tradição de jogar baralho, as irmãs Thaís Fread, de 41 anos, e Carla de Freitas Adjuto, de 47, têm aproveitado o isolamento para enfrentar algumas partidas quase todos os dias.



A cantora e designer e a autônoma aproveitam para distrair a mãe, a aposentada Maria Tolentino de Freitas, de 74, que, no começo do isolamento social, precisou ser impedida de sair pelas filhas.

A família de Maria joga baralho, então as filhas aprenderam a se divertir com as cartas desde cedo. Thaís lembra que, na infância e na adolescência, os tios e primos faziam campeonatos de truco, com troféu para o vencedor. “Era muito divertido e algo que sempre fez parte do nosso lazer”, conta.

Já adulta, o gosto de Thaís se diversificou. Com os amigos, ela curte jogos de tabuleiro, como o tradicional Imagem e ação. Com a família, o jogo oficial virou o mexe-mexe, modalidade do baralho. “Minha mãe prefere, tabuleiro só quando o afilhado dela a visitava e ela queria agradar”, brinca a designer.

JOGATINA DIÁRIA 


Antes do isolamento, as três jogavam cerca de duas vezes por semana, mas, com todas trabalhando de casa, a jogatina virou diária. Nos dias mais difíceis, quando querem se distrair e rir um pouco mais, abrem algumas latinhas de cerveja e até mesmo garrafas de espumante.





Elas costumam jogar das 19h até depois das 22h, quando bate o sono. “Muda o astral, ajuda a esquecer um pouco a sensação de angústia, ansiedade e tristeza que tem dominado as pessoas. Nós relaxamos um pouco em meio a toda essa tensão”, diz Thaís.

Sobre a antiga rotina de jogos, Thaís confessa sentir saudades de jogar Imagem e ação com a outra irmã e os amigos, mas espera compensar o tempo perdido quando o isolamento, enfim, acabar.



"Muda o astral, ajuda a esquecer um pouco a sensação de angústia, ansiedade e tristeza que tem dominado as pesssoas. Nós relaxamos um pouco em meio a toda essa tensão"
Thaís Fread,  de 41 anos, cantora e designer