Para quem pratica, não tem segredo. Mas para quem busca ter uma vida mais organizada, interna e externamente, saiba que é libertador.
Ter cada coisa no seu lugar, projetos definidos, planos desenhados, acreditem, a vida se torna mais fluida e menos complicada. E não é só menos estresse ou desgaste mental, mas mais produtividade é também sinônimo de economia.
Organização pessoal poupa gastos inúteis. E para saber se precisa de um socorro de arrumação na vida, basta checar como anda o cenário de casa e dos armários. São os principais indicadores para se reinventar.
Ter cada coisa no seu lugar, projetos definidos, planos desenhados, acreditem, a vida se torna mais fluida e menos complicada. E não é só menos estresse ou desgaste mental, mas mais produtividade é também sinônimo de economia.
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Aparentemente, essa pessoa seria considerada desorganizada. Como ela acaba organizando muitas vezes, muitas coisas e de forma perfeita, nem sempre o tempo será suficiente para ela.
Outras, destaca a psicóloga, têm dificuldades de organização por insegurança, não sabem como organizar, de que forma ficaria melhor e onde devem colocar.
“Há ainda as pessoas que são ‘bagunceiras’ por uma questão de desorganização mental, por um déficit de memória, principalmente da memória operacional, que é a de curto prazo.” E, claro, aquelas com tendência à procrastinação. Renata Borja enfatiza que a organização tem muita relação com a forma como se utiliza o tempo, e algumas pessoas têm dificuldade de lidar com ele de forma objetiva. “Então, é possível encontrar perfis mais distraídos e outros muito perfeccionistas com o mesmo tipo de comportamento.”
Na análise de Renata Borja, há uma relação entre o ambiente físico e a forma como a pessoa funciona psiquicamente. “É muito comum, por exemplo, quem está ansioso, em determinado instante, depois de fazer uma arrumação em seu ambiente, conseguir se concentrar. É o reflexo de um momento. Muitas vezes, isso tem relação com a quantidade de tarefas que a pessoa tem, se ela está sobrecarregada. Mas quem tem falta de tarefas e tempo em excesso também pode ser desorganizada.”
Mas para tudo há saída. Renata Borja garante que é possível aprender estratégias e recursos de organização. Infelizmente, não fará tanta diferença para quem tem dificuldade da memória operacional, não será fácil se manter organizado. Ajuda bastante criar uma lista daquilo que precisa fazer e criar prioridades, classificando as pendências.
Ela indica a lista: aquilo que é importante e urgente em primeiro lugar; só urgente em segundo; só importante em terceiro; e o que não se enquadrar, em quarto ou deleta. O que estiver em primeiro lugar facilita quando colocar dia e horário; o que for urgente pode até delegar a alguém para fazer em menos tempo; e o que for só importante pode ser planejado, colocar um prazo mais prolongado. “O principal é determinar datas porque as pessoas desorganizadas têm tendência a procrastinar e se frustram e frustram outros, o que causa muita angústia para elas.”
“Além de colocar data para arrumar o escritório e o armário. Ou criar tarefas que possa cumprir, de preferência com dia e horário porque contribui muito. O que também ajuda é observar quais são as situações-gatilho em que ela fica desorganizada, assim pode antever e criar recursos para se desorganizar menos. É uma estratégia. A pessoa pode ainda se lembrar de colocar lembretes em lugares específicos ou despertador do celular para ações importantes diante das dificuldades para que a desorganização ocorra com menos frequência, esse é o objetivo”, diz.
TRANSTORNOS E PANDEMIA
A psicóloga lembra que quem tem diagnóstico de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou de transtorno do déficit de atenção (TDA) tende a ser mais desorganizado porque tem dificuldade nas funções executivas, entre elas a memória operacional (memória de curto prazo).
“São pessoas que fazem uma atividade sem concluí-la, e quando estão no finalzinho da tarefa deixam-na inacabada. Por exemplo, a pessoa faz compras e ao chegar em casa não as guarda porque concluiu a tarefa de comprar, mas não organizou a segunda tarefa, que é guardar as compras. Isso porque tem dificuldade de listar tarefas e ver sua sequência, o que gera uma dificuldade de or- ganização. A dificuldade da memória operacional pode contribuir com a desorganização.”
“São pessoas que fazem uma atividade sem concluí-la, e quando estão no finalzinho da tarefa deixam-na inacabada. Por exemplo, a pessoa faz compras e ao chegar em casa não as guarda porque concluiu a tarefa de comprar, mas não organizou a segunda tarefa, que é guardar as compras. Isso porque tem dificuldade de listar tarefas e ver sua sequência, o que gera uma dificuldade de or- ganização. A dificuldade da memória operacional pode contribuir com a desorganização.”
Por outro lado, Renata Borja alerta que também pode ser um problema para a pessoa que é organizada demais, já que pode apresentar o transtorno obsessivo compulsivo (TOC).
“No TOC de organização, o indivíduo entra em uma ansiedade profunda se um determinado objeto está em uma posição que ela acha que não é a correta. Quando isso é excessivo e gera sofrimento, torna-se um problema, porque passa a gerar conflitos com outras pessoas, inclusive de relacionamentos, e dificuldades à própria pessoa que não consegue flexibilizar.”
“No TOC de organização, o indivíduo entra em uma ansiedade profunda se um determinado objeto está em uma posição que ela acha que não é a correta. Quando isso é excessivo e gera sofrimento, torna-se um problema, porque passa a gerar conflitos com outras pessoas, inclusive de relacionamentos, e dificuldades à própria pessoa que não consegue flexibilizar.”
Renata Borja avisa que é importante saber que o caos tem certa organização. Pesquisas já mostraram que até mesmo dentro da desorganização existe organização. E, muitas vezes, as pessoas desorganizadas são altamente criativas e mais flexíveis.
“Há uma relação entre a criatividade e certa desorganização. Claro que não é positivo não ter organização nenhuma. Mas ter equilíbrio. Quando fiz minha pesquisa de mestrado sobre o que é ser bem-sucedido, as pessoas que se consideraram bem-sucedidas foram as mesmas que se diziam organizadas, planejadas e menos preocupadas. Então, há uma relação entre a organização, o planejamento e menor preocupação, porque tudo isso dá segurança. Lembrando que o equilíbrio é importante, já que tudo em excesso gera sofrimento e problema.”
“Há uma relação entre a criatividade e certa desorganização. Claro que não é positivo não ter organização nenhuma. Mas ter equilíbrio. Quando fiz minha pesquisa de mestrado sobre o que é ser bem-sucedido, as pessoas que se consideraram bem-sucedidas foram as mesmas que se diziam organizadas, planejadas e menos preocupadas. Então, há uma relação entre a organização, o planejamento e menor preocupação, porque tudo isso dá segurança. Lembrando que o equilíbrio é importante, já que tudo em excesso gera sofrimento e problema.”
Em tempos de pandemia do novo coronavírus, isolamento social, família reunida em casa por mais tempo, filhos sem escola, a organização passou a ser uma questão. É preciso lidar para não criar desavenças. Renata Borja enfatiza que o momento exige flexibilidade. Se está com tarefas em excesso, crianças dentro de casa e trabalho remoto, é clara a sobrecarga.
Quem é muito organizado vai sofrer mais para conseguir fazer tudo da forma perfeita como antes da pandemia, com a rotina que tinha. Por isso, é importante a flexibilidade, fazer as coisas de uma forma mais simples, sem aquele primor. Por exemplo, em vez de limpar a casa todos os dias, aceitar limpar dia sim, dia não, porque a prioridade é usar esse tempo com os filhos.
“É preciso avaliar as prioridades. Portanto, é importante manter uma organização, mas estar apto a fazer uma flexibilização para ter bem-estar, para ter tempo de estar com as pessoas que ama, ter tempo para atividades físicas, para o social, mesmo que virtualmente. É importante fazer o que dá pra- zer. Abrir mão do excesso de organização nesse momento poderá ser mais útil.”
Quem é muito organizado vai sofrer mais para conseguir fazer tudo da forma perfeita como antes da pandemia, com a rotina que tinha. Por isso, é importante a flexibilidade, fazer as coisas de uma forma mais simples, sem aquele primor. Por exemplo, em vez de limpar a casa todos os dias, aceitar limpar dia sim, dia não, porque a prioridade é usar esse tempo com os filhos.
“É preciso avaliar as prioridades. Portanto, é importante manter uma organização, mas estar apto a fazer uma flexibilização para ter bem-estar, para ter tempo de estar com as pessoas que ama, ter tempo para atividades físicas, para o social, mesmo que virtualmente. É importante fazer o que dá pra- zer. Abrir mão do excesso de organização nesse momento poderá ser mais útil.”