Jornal Estado de Minas

BEM-ESTAR

Crianças podem meditar de forma lúdica, saiba como

“Se está triste, ele consegue falar. Se está alegre, ele mostra. Então, é muito visceral, ele consegue perceber esses sentimentos dentro dele, o estar agitado, calmo ou até mesmo o ‘estou com preguiça e não quero praticar’. E isso é muito bom, porque é perceptível que ele, aos poucos, aprendeu a coordenar as emoções e, também, a perceber o sentimento, externalizá-lo e lidar com isso, o que contribui, e muito, para o controle emocional.”





É o que relata a nefrologista infantil Karina de Melo Macedo, de 38 anos, sobre os resultados percebidos da experiência de meditação com o filho, Caio Vinícius de Melo Macedo, de 6, a qual foi inserida de forma lúdica, a fim de propiciar a adaptação do pequeno, deixando-o à vontade.

“Gosto de deixar que ele se sinta na liberdade de se encaixar na atividade e ter esse processo de relaxamento de maneira que ele consiga lidar com o próprio corpo.”

Sem movimentos previamente estabelecidos ou em um silêncio duradouro, Karina e Caio praticam todos os dias, pela noite, os exercícios de relaxamento, e sempre acompanhados por músicas calmantes, o que, segundo ela, foi o ponto de equilíbrio e adaptação para o filho.

“A música sempre foi muito presente na nossa vida, e isso desde a gestação. Por isso, a presença das melodias facilitou um pouco para ele essa inserção de relaxamento”, revela.

Para além dos benefícios emocionais, outro objetivo proposto por Karina, ainda no início da prática, há quatro anos, foi alcançado: o de passar mais tempo com Caio.



“É um momento de unidade familiar, uma espécie de dinâmica só nossa. Assim, conseguimos ficar juntos e saber um pouco mais um sobre o outro. É uma experiência maravilhosa, pois conseguimos nos expressar emocionalmente um para o outro, o que considero como um ponto fantástico.”

*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram

CONHEÇA E PRATIQUE!


Confira a recomendação de Flávia Sato, diretora de conteúdo do Programa Soul, a respeito de práticas de mindfulness para crianças:

ANDANDO PARA a FRENTE!

Indicado para crianças a partir de 5 anos

» Do que você vai precisar? Nenhum recurso é necessário, apenas espaço para as crianças se locomoverem. Essa atividade é uma atividade de caminhada com atenção, que conecta os passos a  uma reflexão de equanimidade. Forme uma fila com as crianças, uma ao lado da outra, de um lado da sala. Sua orientação será para que as crianças caminhem apenas quando você pedir.

Peça para que as crianças respirem bem fundo e soltem o 
ar de duas a três vezes. Vá dizendo aos poucos:

» Pense em uma pessoa que você ama muito, pode ser alguém da sua 
família ou seu melhor amigo ou amiga. Dê um passo para a frente. 




Deseje: ‘Que você seja feliz’ (em voz alta).

» Pense em uma pessoa de quem você gosta muito, algum colega querido, 
por exemplo. Dê um passo para a frente. Deseje: ‘Que você seja feliz’ (em voz alta).

» Pense em uma pessoa que você não conhece muito. Dê um passo 
para a frente. Deseje: ‘Que você seja feliz’ (em voz alta).

» Pense em uma pessoa com quem você tem dificuldades ou até de quem não 
gosta muito. Dê um passo para a frente. Deseje: ‘Que você seja feliz’ (em voz alta).

» Finalize a atividade explicando que sempre podemos desejar o bem 
das pessoas e que elas sejam felizes, porque todos somos iguais.

PREVISÃO DO TEMPO!

Adequado para crianças entre 5 e 10 anos

» Do que você vai precisar? Papel e lápis de cor/giz de cera para colorir

A “previsão do tempo” é uma atividade para que as crianças expressem, de forma lúdica, como elas estão se sentindo. Nesse momento, serão trabalhados  conceitos simples, e você deve orientá-lAs a desenhar e colorir sua previsão da seguinte forma:

» Uma nuvem azul: relaxado, tranquilo

» Uma nuvem cinza: preocupado, ansioso

» Uma nuvem chovendo: triste

» Um sol: alegre

A indagação a ser feita deve ser: “Como está se sentindo agora? Desenhe a forma e dê cores!”Pode ocorrer de a criança querer fazer uma composição de elementos. Nesse caso, tente encontrar com ela o que é predominante e privilegiar uma emoção apenas.
 É mais interessante, nesse momento, saber reconhecer cada “elemento” separadamente, para só então ter mais consciência sobre essas sobreposições.