Jornal Estado de Minas

Saúde

Doação de medula óssea salva vidas; veja como ajudar


 
A doação de medula óssea pode salvar vidas, como a do pequeno Louis Toledo Stauner, nascido há apenas 16 dias na Alemanha. A família de Louis está fazendo uma campanha nas redes sociais para conseguir um doador.



Louis nasceu com osteopetrose maligna, doença rara que necessita do transplante de medula óssea para a cura. O avô do pequeno, Alexandre Toledo, explica que a campanha visa sensibilizar as pessoas para a importância da conscientização e a desmistificação de que a doação não é um bicho de sete cabeças.

"Quando a gente vive esse problema de perto, passa a buscar mais informações e a se aprofundar mais no assunto. E percebe que, independentemente de qualquer coisa, é preciso desmistifcar a questão da doação de medula. A maior parte das pessoas não tem conhecimento sobre o que é a doação", ressalta Alexandre Toledo.

É uma corrida contra o tempo. Como a doença do pequeno Louis foi descoberta logo no nascimento, o transplante de medula pode corrigir 100% do problema desde que feito rapidamente.

E o procedimento é extremamente simples. A pessoa faz um exame de sangue para identificar as características genéticas que vão permitir determinar a compatibilidade. No site ameo.org.br, há um material didático, muito ilustrativo, mostrando como funciona a doação de medula óssea, que pode ser feita de duas maneiras: por punção na bacia ou por meio de uma máquina especial, chamada aférese.



Este método é simples, como se a pessoa fosse doar sangue, não precisa de internação. Antes de realizar o procedimento, o doador precisa tomar um medicamento por cinco dias, que estimulará a multiplicação das células-mãe. Essas células-mãe do sangue migram da medula para as veias e são filtradas. Esse processo de filtração dura em média 4 horas, até que se obtenha o número adequado de células.

Pai de uma brasileira, casada com um alemão, Alexandre Toledo diz que na Alemanha 80% das coletas de medula óssea são feitas por essa metodologia. "É preciso que as pessoas se sensibilizem para a importância de doar a medula óssea. É muito simples, não tem cortes. O próprio organismo do doador recompõe em pouco tempo 100% da porção de medula doada", conta.

A campanha está sendo feita simultaneamente no Brasil e na Alemanha. Isso para ampliar o universo de compatibilidade de doadores de medula óssea, uma vez que há um cruzamento genético de gene europeu com gene latino, o que torna mais complexo encontrar um doador compatível.




 
E a fila para conseguir um doador de medula óssea é grande. No Brasil, de acordo com o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 850 pessoas aguardam um transplante. Ainda segundo o Redome, há aproximadamente 5 milhões de doadores cadastrados no banco da instituição. 

Para se tornar um doador, o cadastro do voluntário pode ser feito em qualquer hemocentro. “O voluntário à doação irá assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue (10 ml) para identificar suas características genéticas de forma a determinar a compatibilidade”, informa o site do Redome.

Para isso, é necessário que o doador apresente um documento de identidade. 

Entre as exigências para que o voluntário possa realizar a doação, estão: ter entre 18 e 55 anos de idade; estar em bom estado geral de saúde; não ter doença infecciosa ou incapacitante; não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (sangue) ou no sistema imunológico. 
 
Para localizar o hemocentro mais próximo de sua casa, acesse o site: http://redome.inca.gov.br/doador/hemocentros/.
 
Para saber como fazer doação de medula óssea, acesse o site: http://redome.inca.gov.br.
 
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram