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Estado de Minas COMIDA DE VERDADE

Flores comestíveis: a beleza ao comer com os olhos

Flores comestíveis são usadas como alimento desde a antiguidade, assim como na ornamentação, saúde e higiene


20/12/2020 04:00 - atualizado 19/12/2020 22:26

As flores comestíveis ajudam a compor um prato bonito e saudável, que tem tudo para agradar os paladares mais exigentes na ceia de fim de ano com um toque brasileiro
As flores comestíveis ajudam a compor um prato bonito e saudável, que tem tudo para agradar os paladares mais exigentes na ceia de fim de ano com um toque brasileiro (foto: Erasmo Pereira/Divulgação)


Muitos desconhecem as plantas alimentícias não convencionais (Pancs), grupo que inclui as flores comestíveis, que não só embelezam, mas garantem nutrientes e auxiliam na manutenção da saúde e do bem-estar sendo usadas da entrada ao prato principal e sobremesa, assim como em bebidas. O importante é saber escolher, com segurança da procedência, e que sejam próprias para o consumo.

Saborosas, com aroma, textura, de espécies picantes a adocicadas, elas vão além da decoração e tiram qualquer prato ou ceia, com a proximidade do Natal e do réveillon, do trivial, do comum. Nas celebrações do fim do ano, ainda que isolados e mantendo o distanciamento social para enfrentar a pandemia da COVID-19, nada como se presentear com um belo prato, colorido e que atraia não só o paladar.
 
As flores comestíveis são uma escolha interessante, leves, e que têm muito a ver com um país tropical e quente como o Brasil, para inovar nas receitas e fazer delícias longe dos preparos tradicionais, trazidos de fora, inspirados em regiões frias, nada a ver com o clima daqui, ainda que com adaptações e toques da culinária brasileira. Nem todos sabem, mas o tão esperado peru assado foi herdado da América do Norte; a rabanada foi copiada dos colonizadores portugueses; o panetone é de Milão, na Itália (ainda que seja apontada outra origem, mas todas europeias); o salpicão é comum na mesa de mexicanos e franceses; e as disputadas nozes, castanhas e avelãs, frutos secos, são típicas dos países nórdicos.

Mas tudo é questão de experimentar, de costume. Cada vez mais, as flores comestíveis e hortaliças não convencionais estão em alta na mesa dos brasileiros. O aumento do consumo ocorre com a divulgação do alimento nas redes sociais, internet, programas de chefs na TV, restaurantes, cultivos orgânicos e em trabalhos de pesquisa e centros acadêmicos e científicos. As flores comestíveis são usadas como alimento desde a antiguidade. No Brasil, recentemente, com a valorização dos alimentos naturais, da alimentação viva e das Pancs, elas vêm ganhando visibilidade.

E como também “comemos com os olhos”, as flores comestíveis atraem pela beleza, colorido, diversidade e formas. Essa expressão, aliás, surgiu na Roma antiga, onde os rituais fúnebres eram feitos com grandes banquetes, mas não era permitido comer, apenas admirar as refeições, ou seja, comia-se com os olhos. O dito, no mundo da gastronomia atual, foi reinventado e significa degustar pratos criativos, belos e harmoniosos para atiçar o paladar na primeira impressão. A ideia é hipnotizar e dar água na boca.

Conforme descrito na cartilha Ciência Móvel Epamig, projeto com coordenação de Vanda Maria Oliveira Cornélio, sendo autores Izabel Cristina dos Santos, Simone Novaes Reis, Cláudio Egon Faccion e Lívia Mendes Carvalho, da Epamig Sul – Campo Experimental Risoleta Neves, as flores comestíveis podem ter origem nas ervas medicinais e aromáticas, como alecrim, cebolinha, manjericão e nirá; nas hortaliças (brócolis e couve-flor); em espécies arbóreas (ipê-amarelo); frutíferas (laranjeira); e nas plantas ornamentais (amor-perfeito, beijinho, capuchinha, dália, rosas).

ALERGIA E O PÓLEN 


O alerta nunca é demais. Só pode colher flores para comer se tiverem sido cultivadas com finalidade de produção de flores comestíveis, ou seja, sem uso de agrotóxicos e de fertilizantes químicos prontamente solúveis. Elas devem ser produzidas em sistemas agroecológicos. Se quiser comê-las, cultive-as ou adquira-as em estabelecimentos confiáveis. Muitas delas já são comercializadas em grandes cidades, como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro, por produtores especializados. E há empresas que vendem sementes dessas espécies.
  
A cartilha avisa que não há uma regra ou dicas para identificar as flores comestíveis. Existem espécies cujo uso é consagrado pelo conhecimento popular e outras estão sendo estudadas. E a correta identificação é essencial porque na natureza existem flores, ou parte dessas, que, se ingeridas, podem ser venenosas e provocar reações alérgicas, vômito, ou, em casos extremos, levar à morte. Lembrando ainda que o pólen pode desencadear processos alérgicos em pessoas sensíveis.
 
 
 
 






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