Jornal Estado de Minas

BICICLETAS

Atividade democrática: bike tem sido muito procurada durante a pandemia

Seja para lazer, locomoção ou forma mesmo de esporte, a bicicleta é democrática e acolhedora – não escolhe faixa etária, classe social, gênero, raça ou perfil físico. É só aproveitar o desejo de se movimentar sobre duas rodas e começar. 





A Organização Mundial da Saúde (OMS), inclusive, recomenda a caminhada ou a bicicleta como formas de deslocamento seguras diante da pandemia – proporciona distanciamento físico, ajuda também a cumprir o requisito mínimo para a atividade física diária, que pode ser mais difícil devido ao aumento do teletrabalho e acesso limitado ao esporte e outras atividades recreativas.

A engenheira civil Camila Hilario Bethonico, de 39 anos, há algum tempo vem praticando corrida e caminhada. A partir de setembro, quando conheceu o Bike de Elite, começou a explorar o universo da bicicleta, algo de que tem lembrança da infância.

Fez primeiro uma aula particular e logo comprou a bike. "Sempre gostei de esporte. Meu objetivo principal em iniciar no grupo de pedal foi realizar atividade física e conhecer novos grupos de amizade. A atividade física coletiva é motivacional e me encontrei totalmente no mundo da bike. Já noto, em pouco tempo, que meu condicionamento melhorou bastante, além da força muscular nas pernas. Me apaixonei e não parei mais."



Para Camila, a bicicleta significa superação e é uma forma de terapia. Ela conta que consegue perfeitamente conciliar a atividade física com os cuidados com os dois filhos, de 5 e 2 anos. "Quero incluí-los nos grupos de bike."
 
Wagner Diego Figueiredo era adepto do futebol eventual. Participava de peladas com os amigos duas vezes por semana, mas depois percebeu que não era o suficiente. "Sempre depois da pelada tem churrasco e a cerveja, né", brinca.

Aos 34 anos, o engenheiro de software procurou a bike no início do ano. "Precisava de outra atividade. Não me adapto bem em academias. A bicicleta para mim significa qualidade de vida e saúde. Também estava acima do peso. Hoje, de 97 quilos, passei para 77." Outros pontos positivos são as novas amizades e a chance de estar entre a natureza.





Wagner comprou a bike em fevereiro. No começo, seu conhecimento sobre o esporte era básico, o que começou a aperfeiçoar quando entrou para o Bike de Elite, e conheceu pessoas a quem se diz grato por terem tanto a ensinar. "O fato de me desafiar a cada pedal me deixou fascinado. Cada vez que saio para pedalar, tenho uma disputa comigo mesmo."

Além dos pedais durante a semana, faz trilhas, vai a localidades ao redor de BH, onde encontra montanhas, cachoeiras, e muito verde. Em sua opinião, a bicicleta tem um custo/benefício excelente, ainda que o investimento inicial seja alto. "Via pessoas saindo para pedalar, achei interessante e sabia que ia curtir. Descobri o esporte. Sou apaixonado."

Para o estudante Rodrigo César Morais Rocha, de 15 anos, a bike é uma forma de fazer amigos e manter a saúde

Depois que começou a publicar os passeios nas redes sociais, percebeu outras pessoas se empolgando com a prática, em um movimento de incentivo. E a mudança na vida foi muito bem-vinda.



"Diminuí o consumo de bebida alcoólica, a alimentação melhorou, assim como minha saúde física e mental, tenho disposição para tudo, humor e qualidade de vida. Sem contar a interação com os outros. Conheci pessoas incríveis, aumentei meu círculo de amizade. Também descobri o poder de influenciar as pessoas pelo exemplo, e isso é muito bacana", diz.

O estudante Rodrigo César Morais Rocha, de 15, é filho de Juliane Rocha. Estimulado pela mãe, começou na bicicleta assim que ela aderiu à prática. Para ele, um dos principais sentidos do pedal é a união entre as pessoas. "É uma boa forma de ganhar amigos e ainda faz bem para a saúde".

Ele anda de bike no mínimo três vezes por semana. Participa dos pedais combinados, mas também inventa outros – em sua opinião, um bom desafio, e que aperfeiçoa o corpo. Outro benefício é conhecer lugares diferentes, bonitos, sejam nas trilhas ou pela cidade. "Também muda a relação com a cidade. Não que eu não goste de carros, mas vendo as pessoas pedalando faz a paisagem mais calma, parece que a cidade fica mais saudável."