“É marcante, é desgastante, é sofredor. Tive as piores reações possíveis durante o tratamento, emagreci demasiadamente, sentia muito mal-estar e ânsias de vômitos, precisei lidar com a perda de apetite e tive quadros de hipotermia. Minha mente também sofreu, passei a ter crises de ansiedade e pânico. E eu nunca tive ninguém para conversar. Passei por tudo sozinha, sem ajuda de familiares ou assistência psicológica. Minha terapia, todo o protocolo, a descoberta da doença, radioterapia, quimioterapia, braquiterapia, as vezes que passei mal pelo efeito das medicações. Tudo isso sempre sozinha.”
A auxiliar administrativo relata que, inclusive, pensou, em diversos momentos durante o tratamento, em tirar a própria vida. O cansaço, o trauma de estar sozinha e as dores. Tudo isso a faziam pensar que a melhor saída estava em tirar o seu bem mais precioso: a vida. “As dores eram insuportáveis e as medicações não resolviam. Eu não tinha parâmetro algum na minha vida, mas com o projeto a minha vida ganhou outro rumo. Eles salvaram a minha vida”, afirma Ana Paula Martins ao relembrar o seu primeiro contato com o projeto Estética no Pós-câncer, da UNA Cidade Universitária.Eles chegam com muitas dúvidas e dificuldades em lidar com problemas corriqueiros, como queda de cabelo, feridas na boca, e incômodos. E, por meio do projeto, integramos várias frentes de cuidado
Paula Mota Vasconcelos, idealizadora do projeto e professora do curso de estética e cosmética da UNA
*Para comentar, faça seu login ou assine