Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Espera por doação de medula óssea ainda sofre impacto da pandemia

 
O Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome) aponta que há, pelo menos, 5.304.714 possíveis doadores de medula no Brasil, haja vista o índice de registrados em seu banco de dados. No entanto, ainda segundo o órgão de saúde, a procura por se tornar um doador caiu em torno de 30% nos primeiros meses da pandemia.



Atualmente, 850 pessoas ainda aguardam na fila de espera para um transplante não aparentado – quando uma pessoa não tem compatibilidade com um familiar e precisa receber de outrem.

O medo da contaminação foi um dos principais fatores que levaram à queda no número de doações. Com a flexibilização iniciada no fim do ano passado, os transplantes puderam voltar a ocorrer com mais flexibilidade e sem pedidos negados pelos possíveis doadores, segundo informa o Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea.

Porém, com o aumento no número de casos no início deste ano, a espera pode voltar a ser uma vilã, já que é a maior causa de mortes entre os que esperam por um transplante. 

Independentemente do órgão ou tecido que o paciente espera, dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), mostram que, entre abril e junho de 2020, houve aumento de 44,5% no número de óbitos em pacientes na fila de espera em comparação com o mesmo período em 2019.  

Mas o que pode ser feito para mudar esse quadro? Segundo Renata Fittipaldi, coordenadora do Centro de Transplantes de Medula Óssea, do Hospital Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC), a informação pode ser uma grande aliada, haja vista que, quanto mais pessoas souberem sobre a importância de doar e se cadastrarem, mais vidas poderão ser salvas.  

“Campanhas de conscientização auxiliam muito e causam um impacto imediato nas doações. Como somos uma população miscigenada, quanto mais pessoas se cadastrarem como doadoras, maiores as chances de encontrar um doador com genes compatíveis. Para os casos de medula óssea, a proporção é de um doador para uma vida. Esses transplantes são realizados em cerca de 30% dos casos como alternativa quando o paciente não responde bem ao tratamento contra a leucemia ou quando apresenta recidiva do câncer.” 

COMO SER UM DOADOR? 


Uma pergunta frenquente entre as pessoas que desejam se tornar doadoras é: eu posso realmente doar? E como posso fazer isso? Segundo Renata Fittipaldi, no caso da medula óssea, qualquer pessoa entre 18 e 55 anos, com boa saúde e sem registro de doenças sanguíneas ou no sistema imunológico pode doar medula e ajudar a salvar vidas. 

Mas, para isso, é preciso ir até o hemocentro mais próximo e realizar um cadastro. “No local será coletada uma amostra de sangue que seguirá para triagem e, na sequência, os dados serão inseridos no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome), que será responsável por identificar um paciente compatível com o doador”, informa. 





Para saber os locais para se cadastrar como doador voluntário de medula óssea, acesse o site oficial do Redome

FEVEREIRO LARANJA

 
O mês de fevereiro é destinado à conscientização acerca da leucemia, que necessita de tratamento quimioterápico e, muitas vezes, de um transplante de medula óssea. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), para cada ano do triênio 2020/2022, estima-se que haverá cerca de 5.920 novos casos de leucemia diagnosticados em homens e 4.890 em mulheres. 

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram