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Estado de Minas NUTRIÇÃO

Funed realiza estudo para reduzir o açúcar dos alimentos

Projeto é uma parceria com o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS); primeiros resultados foram apresentados


18/03/2021 17:21 - atualizado 18/03/2021 19:15

Os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela OMS
Os brasileiros consomem 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela OMS (foto: Reprodução/Pixabay)
 
A Fundação Ezequiel Dias (Funed), por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), apresentou os resultados iniciais do estudo feito em parceria com o Ministério da Saúde (MS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), para reduzir os níveis de açúcares em alimentos.

O trabalho faz parte do Plano de Redução de Açúcares em Alimentos Industrializados, assinado pelas instituições do setor produtivo de alimentos em agosto do ano passado. O objetivo é avaliar o perfil nutricional e o cumprimento de regras de redução dos teores de açúcares nas principais categorias de alimentos do plano, por meio de análise química e de rótulo.
 
 
Além disso, o estudo visa aprimorar as metodologias que determinam a quantidade de açúcar nos alimentos em laboratórios oficiais. O trabalho é executado na Divisão de Vigilância Sanitária e Ambiental (Divisa), pelos serviços de Análise de Rotulagem (Sarot), Físico – Química de Produtos (SFQP) e Química Especializada (SQE) do Lacen/Funed.

As primeiras análises dos rótulos dos produtos revelaram que, em alguns alimentos, há diversas composições nutricionais dentro da mesma categoria alimentar. A bebida láctea, por exemplo, tem um teor de até 400% do conteúdo de açúcares. Por outro lado, o conhecido biscoito waffer, tem valores variados até 300%. 

“Isso significa que um fabricante utiliza, de maneira geral, cerca de três ou quatro vezes mais açúcar do que outro”, explica Cristiane Goddard, uma das coordenadoras do trabalho na Funed.

A coordenadora também explica que, entre as atividades realizadas, estão a análise de rotulagem, validação de metodologias e a determinação de açúcares totais nos produtos, como: bebidas adoçadas (refrigerantes, néctares e refrescos), biscoitos (waffers ou doces, com e sem recheio), bolos e misturas, lácteos (bebidas lácteas, iogurtes, leites fermentados e Petit Suisse) e achocolatados em pó.

“No que diz respeito às análises físico-químicas, testes de refratometria e polarimetria foram realizados em bebidas adoçadas e achocolatadas”, disse Cristiane. 

A refratometria e a polarimetria são recursos utilizados em laboratório de análises. A primeira usa índices de refração de líquidos para determinar o açúcar nos alimentos. Já a segunda, usa o polarímetro para auxiliar na distinção de diferentes soluções de açúcar.

Alto consumo

Segundo Valéria Martins, chefe do Serviço de Análise de Rotulagem do Lacen/Funed e também coordenadora do projeto, esses alimentos com alto teor de açúcar são os mais consumidos pelos brasileiros.

“O consumo exacerbado desses alimentos pode também contribuir para o aumento de doenças crônicas não transmissíveis, a exemplo da diabetes e da obesidade”, alerta.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), orienta que o consumo de açúcares deve ser baixo. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a população brasileira consome 50% a mais de açúcar do que o recomendado pela OMS. Isso quer dizer que, diariamente, cada cidadão ingere em média 18 colheres de chá de açúcar. 

Os dados mostraram, ainda, que 64% dos brasileiros adicionam açúcar nos alimentos e o restante do consumo total é o açúcar que já está presente nos produtos industrializados.
 
* Estagiário sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  
 
 


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