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Estado de Minas VACINAÇÃO

SUS: faixa etária para vacinação contra meningite é ampliada para crianças

O Ministério da Saúde ampliou de 5 para 11 anos a faixa etária da vacina; a medida valerá até dezembro de 2021


31/08/2021 16:21 - atualizado 31/08/2021 16:52
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Com ampliação da faixa etária, crianças com até 11 poderão ser vacinadas contra a meningite gratuitamente
Com ampliação da faixa etária, crianças com até 11 poderão ser vacinadas contra a meningite gratuitamente (foto: Agência Brasil/Reprodução )
Devido à baixa cobertura vacinal, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, ampliou a vacinação gratuita contra meningite meningocócica causada pelo meningococo C para todas as crianças menores de 11 anos, que ainda não tenham recebido o imunizante. 

Anteriormente, a vacina contra a doença era disponibilizada somente para crianças menores de 5 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A medida vale até até dezembro deste ano e tem como objetivo evitar surtos da doença, além de otimizar o uso das doses da vacina, em virtude do baixo consumo nos últimos anos.

O imunizante contra a doença causada pelo meningococo C também é oferecido gratuitamente nos postos de saúde para bebês, com doses administradas aos 3 e 5 meses de idade, e um reforço aos 12 meses. Para adolescentes de 11 e 12 anos, está disponível a vacina contra os sorogrupos A, C, W e Y, em dose única.

Reflexos da pandemia na vacinação de outras doenças 


Uma pesquisa realizada entre janeiro e fevereiro de 2021 revelou que, aproximadamente, 50% dos pais no Brasil,  Reino Unido, Itália, França, Alemanha, Argentina e Austrália atrasaram ou cancelaram a vacinação de seus filhos contra meningite meningocócica durante a pandemia de COVID-19. 

O levantamento foi realizado pela empresa de pesquisa de mercado com sede na Inglaterra, Ipsos MORI. Os resultados convergem com os dados do PNI brasileiro que apontam que, até agosto de 2021, apenas 49% do público-alvo da vacina meningocócica C cumpriu o esquema vacinal recomendado. Em 2020, a cobertura vacinal também ficou baixa, com 78%. 

Para o pediatra e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, essa ampliação é uma ótima oportunidade para a atualização da caderneta de vacinação das crianças e adolescentes. 

"Por causa do abandono vacinal as crianças e adolescentes, grupo sensível à contaminação e transmissão do meningococo, estão mais vulneráveis aos riscos da doença”, pontua. 

Segundo o médico, o sorogrupo C é o de maior incidência no país, responsável por mais ou menos 60% dos casos de doença meningocócica. “Além disso, os adolescentes e adultos jovens são os principais responsáveis pela transmissão da doença, em decorrência de elevadas taxas de estado de portador da bactéria meningococo em nasofaringe”, acrescenta. 

Juarez Cunha acredita, ainda, que a ampliação trará benefícios para toda a sociedade. “A partir dessa ampliação, teremos a chance de controlar a transmissão da doença, aumentando as coberturas vacinais, evitando assim a ocorrência de surtos da doença pelo sorogrupo C, hospitalizações, sequelas, tratamentos e óbitos”. 

Você já ouviu falar sobre a Meningite Meningocócica? 


A meningite é uma doença que pode ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, fungos e vírus. Em geral, a mais grave delas é a meningite bacteriana e, dentre elas, se destaca a meningite meningocócica. 

A infecção causada quando a bactéria Neisseria meningitidis (ou meningococo) atinge as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Esta variação da doença possui rápida evolução e alta letalidade. Em 24 horas, o paciente pode evoluir para um quadro gravíssimo. 

Transmitida por contato com gotículas ou secreções respiratórias através de tosse, espirro ou beijo de uma pessoa contaminada, a meningite meningocócica acomete principalmente crianças, mas pode se manifestar em qualquer faixa etária. 

Segundo a infectologista, Dra. Lessandra Michelin, o grande desafio da doença é o diagnóstico precoce, determinante para a sobrevivência ou redução de sequelas no paciente, especialmente em tempos de pandemia. "É preciso estar atento aos primeiros sinais, que muitas vezes se confundem com os de outras infecções, incluindo a COVID-19”, enfatiza. 

“Para minimizar todos os riscos, a vacinação desponta como a forma de prevenção mais efetiva contra a doença”, afirma a especialista. 

Os sintomas iniciais da meningite meningocócica podem incluir febre alta, irritabilidade, dor de cabeça, náusea e vômito. Na sequência, o paciente pode apresentar pequenas manchas arroxeadas na pele, rigidez na nuca e sensibilidade à luz. 

Se não for rapidamente tratado, o quadro pode evoluir para confusão mental, convulsão, choque, infecção generalizada, falência múltipla de órgãos e risco de óbito.

Ela esclarece, também, que alguns cuidados podem reforçar a prevenção da doença. “Além da vacinação, outras formas de prevenção da meningite meningocócica incluem evitar aglomerações e manter os ambientes ventilados e limpos”. 

Em casos de pessoas que mantiveram um contato estreito com um paciente com a doença confirmada, independentemente do estado vacinal, buscar ajuda médica é essencial. Segundo a infectologista, a prescrição de antibióticos auxilia na prevenção. 

Conheça as vacinas disponíveis contra a doença na rede particular 


Atualmente, no Brasil, existem vacinas para a prevenção dos cinco sorogrupos ou tipos mais comuns de meningococo: A, B, C, W e Y. Para proteção do sorogrupo B a vacinação está disponível somente na rede particular e os pais devem estar atentos aos prazos da vacinação. 

As doses aplicadas pelo sistema privado de saúde estão previstas para os 3 e 5 meses de idade, e mais uma entre 12 e 15 meses. Crianças acima dos 24 meses seguirão o esquema de 2 doses com intervalo de 1 mês.

Também com início aos 3 meses de vida e podendo ser aplicada no mesmo momento da B, as clínicas privadas ainda oferecem a vacina ACWY, com uma dose complementar entre 5 e 6 anos, e outra aos 11 anos. 


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