Desejo da maioria dos homens e mulheres que já passaram dos 35 anos, ter uma pele viçosa, firme e jovial depende de diversos fatores. Um deles, e talvez o que desperte mais a curiosidade de todos, é o colágeno. Essa proteína fornece sustentação e elasticidade para a derme e é responsável por 30% do total de proteínas de todo o nosso organismo. Além disso, ajuda a sustentar os órgãos e é parte importante da estrutura dos dentes e ossos.
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A médica dermatologista Thaís Bittencourt Teles explica que a melhora esperada com a reposição oral da proteína é discreta e difusa. “Considero que vale a pena a reposição de colágeno oral à medida que se entende a limitação do seu uso, diante da tendência genética individual de cada paciente e também dos hábitos de vida que podem estar acelerando ou retardando o processo. O que quero dizer é que, sozinha, a reposição de colágeno não faz milagres”, alerta a profissional.
“Já o uso injetável de alguns compostos atua mais intensa e focalmente no estímulo de colágeno da região aplicada. Chegam a aumentar as fibras colágenas em 50% a 60% após seis meses da aplicação. Tecnologias como ultrassom microfocado também têm sido cada vez mais usadas”, acrescenta.
QUATRO PERGUNTAS PARA...
Sayuri yuge, médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia
1 - Existem formas de prevenir a perda e a falta de colágeno? Como é possível repor?
Sim. Dependendo do objetivo, existem vários tipos de reposição de colágeno: colágeno específico para pele, cabelos e unhas, colágeno para as articulações (geralmente prescrito por ortopedistas e reumatologistas) e colágeno específico para os
músculos (ideal para atividade física). Geralmente, prescrevemos a reposição de colágeno e fazemos tratamentos
na pele que aumentam a produção da proteína local.
2 - É possível pessoas jovens já terem deficiência de colágeno? A partir de que idade a
suplementação é recomendada?
Pessoas jovens, geralmente portadoras de doenças raras, como condrodisplasias, osteogênese imperfecta e síndromes como Ehlers-Danlos, podem ter deficiência precoce de colágeno. A idade para iniciar a suplementação varia, após os 30 anos, mas o ideal é consultar a sua dermatologista ou nutricionista para avaliar a necessidade de reposição.
3 - A genética pode influenciar na presença ou na falta de colágeno?
Vários estudos têm demonstrado que a genética tem grande influência direta sobre a pele, afetando sua qualidade,
velocidade de regeneração e resistência ao sol, assim como a velocidade com que o colágeno é quebrado e produzido.
Esse fator reflete diretamente no envelhecimento da pele e dos demais órgãos.
4 - Qual substância é importante na produção do colágeno?
A vitamina C é vital para a produção de colágeno, ou seja, a deficiência dessa vitamina pode causar, também, deficiência na produção da proteína.
RAIO-X DO COLÁGENO
A palavra colágeno vem do grego kólla, que quer dizer cola em português. É uma proteína fundamental ao nosso corpo, que conta com mais de 20 tipos de colágenos diferentes. Está presente nos tendões e ligamentos e também ajuda a sustentar os órgãos, além de ser parte importante da estrutura dos dentes e ossos. Já na pele, ele dá resistência, elasticidade e firmeza, representando cerca de 70% do total de proteínas presentes.
* Diminuição gradual
Após os 30 anos, nosso corpo diminui a produção de colágeno naturalmente, mesmo em pessoas saudáveis. Por ano, perdemos cerca de 1%, e essa perda tende a piorar na menopausa, no caso das mulheres. Estudos demonstram que cerca de 30% do colágeno pode ser perdido nos primeiros cinco anos após a menopausa. Depois, o declínio é mais gradual, com redução de 2% ao ano, pelos próximos 20 anos.
* Sintomas
Os sinais da falta de colágeno no organismo incluem flacidez, no caso da pele, quando o nível da proteína já diminuiu bastante. Já a diminuição do colágeno nas articulações pode provocar dores articulares e perda de massa magra. O sistema osteomuscular também sofre com essa degradação, podendo evoluir para artrite e artroses.
* Prevenção
Os hábitos de vida, como exposição solar, tabagismo, ingestão de doces e de frituras, aceleram o processo de degradação das fibras colágenas, determinando o nosso envelhecimento extrínseco. Clinicamente, manifesta-se como rugosidade, perda de elasticidade, rugas finas, discromias. Logo, para prevenção à degradação do colágeno, devemos manter hábitos de vida saudáveis, controlando a exposição solar e tendo uma dieta equilibrada. Alimentos e suplementação ricos em vitamina C, silício orgânico e aminoácidos são positivos para a redução da degradação do colágeno.
Fontes: Sayuri Yuge, médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, e Thaís Bittencourt Teles, médica dermatologista e dona da clínica Pelle Vitta
*Estagiária sob a supervisão da subeditora Sibele Negromonte