Jornal Estado de Minas

Saúde

Nova técnica ajuda no combate à anemia falciforme



A anemia falciforme é um problema que atinge mais de 2 milhões de pessoas no mundo todo. Caracterizada por deformações na hemoglobina e destruição dos glóbulos vermelhos - doença que os deixa com um aspecto de foice ou meia lua - essa anormalidade dificulta o transporte de oxigênio no corpo e gera riscos de obstrução dos vasos sanguíneos e problemas como a anemia crônica, causada pela destruição desses glóbulos vermelhos.



Alguns sintomas da anemia falciforme são apatia, fraqueza e dor generalizada. Em casos mais graves, pode, inclusive, ocorrer complicações em outros órgãos devido ao bloqueio no fluxo sanguíneo, levando à insuficiência renal e cardíaca.

O tratamento convencional é feito com analgésicos e antibióticos e, nos casos graves, o tratamento é feito através de transfusões de sangue.

 

Em busca de tratamentos menos invasivos, inclusive com o objetivo de curar a anemia falciforme, cientistas desenvolveram uma nova técnica chamada terapia gênica. Em linhas gerais, as células-tronco do próprio indivíduo, seja do sangue do cordão umbilical ou outra fonte, são coletadas, levadas ao laboratório para correção do genoma e, após a manipulação celular, sua qualidade é testada e só então, reinfundidas no próprio paciente.

 

"A técnica de expansão permitirá uma redução do tempo de internação, redução da necessidade de antibióticos e transfusão, pois o paciente apresentará menos infecções graves ou problemas de sangramento ou anemia. Em resumo, um custo menor e uma mortalidade reduzida. Aliado a terapia gênica, o tratamento será mais rápido e curativo, devido à abrangência maior em virtude do número de bancos de sangue do cordão, seja público ou privado.", esclarece o médico Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP.

 

Além de não depender de um doador compatível, esse procedimento não possui os efeitos colaterais graves de rejeição e imunossupressão como no transplante convencional.

 

Com resultados promissores, o senado dos EUA aprovou uma lei, em dezembro de 2020, que autorizou o repasse de US$ 256 milhões para um programa de células-tronco, que contempla o transplante de sangue de cordão umbilical expandido.

 

 

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram