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Estado de Minas SAÚDE

De difícil diagnóstico, endometriose atinge 10% das mulheres do país

Doença inflamatória pode levar até oito anos para ser corretamente identificada por um médico


28/09/2021 15:55 - atualizado 23/03/2022 14:55

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Exames ginecológicos anuais são essenciais para diagnosticar a doença o mais cedo possível e evitar consequências irreversíveis (foto: Pexels)

Uma doença de difícil diagnóstico e tratamento complexo. A endometriose, uma inflamação que atinge o sistema reprodutor, pode levar à esterelidade se não for corretamente tratada. O problema é que muitas das pacientes nem sabem que carregam a patologia, que ocorre quando o endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero) atinge outros órgãos, como bexiga, intestino, ovários, podendo atingir até o pulmão e os nervos.

 

Segundo o  Ministério da Saúde, 10% da população feminina brasileira em idade fértil sofrem com a doença e muitas delas nem sabem, podendo ter um atraso médio de até oito anos entre as primeiras queixas até chegar no diagnóstico definitivo.

 

Apesar dos sintomas como fortes cólicas durante e após o período menstrual, dores durante a relação sexual, sangramento nas fezes durante a menstruação, cansaço excessivo, fadiga mental, infertilidade, ciclo menstrual desregulado e um baixo nível de testosterona, algumas mulheres convivem com a patologia a vida inteira sem apresentar sintomas. Enquanto outras acabam assimilando-os com sintomas do ciclo menstrual.

 

Desta forma, é importante fazer um acompanhamento profissional regular, com ou sem a apresentação de sintomas. A identificação acontece, na maioria das vezes, por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal e a ressonância magnética da pelve.

 

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Exames ginecológicos anuais são essenciais para diagnosticar a doença o mais cedo possível e evitar consequências irreversíveis (foto: Pixabay )
 

 

"A demora em diagnosticar os focos da doença pode levar ao estado mais grave do quadro, quando é necessário partir para uma intervenção cirúrgica", explica o especialista em cirurgia ginecológica Thiers Soares. Mesmo assim, é importante lembrar que a endometriose não tem cura. Ela é uma condição crônica, que deve ter acompanhamento constante.

 

Apesar de popularmente conhecida como uma doença que não permite a mulher engravidar, com o tratamento certo e sem ser tardio, é totalmente possível que a paciente tenha uma vida reprodutiva normal. Após o diagnóstico, o profissional vai identificar qual o grau da endometriose e direcioná-la para o tratamento eficaz de cada caso.

 

Atualmente, muitos tratamentos hormonais podem auxiliar na melhora do quadro e existe um método certo para cada tipo de tratamento, sele ele a curto, médio e longo prazo. Em alguns casos, recomenda-se a videolaparoscopia, cirurgia para a retirada dos focos de endometriose espalhados pelos órgãos de forma minimamente invasiva, sem realizar grandes incisões no corpo da paciente, livrando de complicações e grandes cicatrizes.

 

Recentemente, a atriz Larissa Manoela revelou sofrer com a endometriose, e afirmou que as dores fortes na região do abdome são suas principais queixas relacionadas à doença. O ginecologista afirma que é comum mulheres jovens descobrirem o quadro, e que quanto mais rápido forem diagnosticadas, mais rápido e eficiente também é o tratamento para cada situação.

 

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram  


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