O hormônio do crescimento, GH do inglês growth hormone, regula a capacidade da grelina, molécula conhecida como hormônio da fome, de induzir o aumento na ingestão de alimentos. Um trabalho, conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), revelou que a grelina atua na glândula hipófise, estimulando a liberação de GH.





 

Esses dois hormônios têm receptores no hipotálamo, região na base do cérebro com várias funções, entre elas a regulação do apetite. O rótulo de estimulador da fome deve ser, no mínimo, compartilhado entre grelina e GH. Isso porque, sem o efeito de estimulação da secreção de GH, a grelina também perde a capacidade de estimular o apetite", afirma o pesquisador do ICB-USP José Donato Junior, um dos orientadores do estudo.

 

O estudo que se baseou em parte nos resultados de outra pesquisa desenvolvida no ICB-USP envolvendo o GH, foi realizado com indivíduos com acromegalia - doença crônica provocada por uma disfunção da glândula hipófise, que passa a produzir o GH em excesso e provoca aumento anormal de extremidades do corpo, como mãos, pés e rosto.

 

"Nossas descobertas podem ter implicações futuras em terapias para controle de peso corporal e regulação da ingestão alimentar", completa o pesquisador.

 

Os próximos passos da pesquisa serão voltados para entender melhor como o GH atua no cérebro, o objetivo é testar um medicamento usado em casos de acromegalia para bloquear a ação do hormônio estimulador da fome. O problema são os possíveis efeitos colaterais, por isso a importância de entender os mecanismos celulares usados pelo GH para afetar os neurônios.

 

* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.  

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