Um estudo publicado pela Ipsos/Organon revelou que a falta de conhecimento é o principal motivo para as brasileiras não planejarem sua vida reprodutiva.
Segundo o levantamento, realizado em todo o país, 13% das mulheres entrevistadas têm conhecimento pleno sobre planejamento reprodutivo, enquanto 43% desejam ter mais informações sobre cada método e suas diferenças. Além disso, 45% querem que os métodos sejam mais acessíveis e 50% gostariam que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferecesse mais opções de contraceptivos.
O levantamento também mostrou que 51% das brasileiras já ouviram falar em planejamento reprodutivo, mas que não consideram saber o suficiente sobre o tema. Enquanto isso, 36% admitem não ter nenhum conhecimento do assunto.
“Muitas mulheres do Brasil escolheram a maternidade de forma autônoma e consciente. Viva elas! Outras, não. Muitas e muitas brasileiras foram privadas de escolhas, muitas engravidaram ainda adolescentes, abandonaram a escola e se viram mães ainda meninas”, diz a ginecologista, obstetra e mestre em Saúde da Família Ana Tereza Derraik Barbosa.
Existem variedades de métodos contraceptivos e cada um deles vai se adaptar as características e demandas de cada mulher, como a camisinha, a pílula, a injeção e o implante anticoncepcional, e o DIU (dispositivo anticonceptivo). Vale ressaltar que independente do uso desses outros métodos, a camisinha deve ser utilizada em todas as relações sexuais, porque além de servir como um contraceptivo, ela também previne a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).
Das mulheres que participaram do estudo, 58% listaram a pílula anticoncepcional como o método mais usado. Entretanto, apesar de possuir uma série de benefícios, como a regularização do ciclo menstrual, o controle do sangramento e a redução das cólicas e acne, ela também pode apresentar efeitos colaterais adversos.
Aumento do risco de trombose, diminuição da libido e dor nos seios são exemplos de alguns efeitos que as mulheres podem ter. Mas vale ressaltar que existem diferentes tipos de pílulas com diferentes composições e que podem ser ajustadas dependendo do caso.
Enquanto isso, o preservativo (43%) é o meio mais comum entre as entrevistadas que usam mais de um tipo de contraceptivo e aparece na sequência, em segundo lugar. Em seguida vem o DIU de cobre (8%) e a injeção mensal (6%). A contracepção natural – tabelinha, coito interrompido e temperatura corporal – é o recurso de 6% das mulheres entrevistadas, e a laqueadura, de 4%.
Porém, ainda são muitas as mulheres que não possuem uma devida educação sexual e não sabem como prevenir uma gravidez - muitas vezes recorrendo a pílula do dia seguinte, que não pode ser usada regularmente e traz mais malefícios a saúde - ou se cuidar para não contrair algum tipo de doença.