Com a queda dos indicadores da COVID-19, os parques, praças e os demais espaços abertos voltam a ser as alternativas de lazer mais atraentes para a população. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lembra que, além de todas as recomendações das autoridades sanitárias, como o uso de máscaras e o álcool em gel, é hora de o brasileiro agregar à sua rotina as medidas de prevenção contra o câncer de pele. O Dezembro Laranja 2021 traz como tema “Adicione mais fator de proteção ao seu verão”, mostrando a importância dos cuidados com a pele.
Existem alguns tipos de câncer de pele, sendo os mais comuns o basocelular, o espinocelular e o melanoma. No Brasil, o câncer de pele não melanoma, que inclui o basocelular e o espinocelular, é o mais frequente e com baixa taxa de letalidade, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Ele corresponde a cerca de 30% de todos os tumores registrados no país. Em 2020, foram diagnosticados 176.930 novos casos. Já o melanoma é o tipo mais grave da doença devido à sua alta possibilidade de provocar metástase. A boa notícia é que apresenta baixa incidência, representando 3% das neoplasias malignas do órgão. O Brasil diagnosticou 8.450 novos casos no ano passado.
“O câncer de pele é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem o maior órgão do corpo humano. A doença pode se assemelhar a pintas, verrugas, lesões de pele que sangram ou não cicatrizam, eczemas ou outras lesões. Conhecer bem a própria pele, saber quais regiões existem pintas pode fazer a diferença na hora de detectar qualquer irregularidade”, explica a dermatologista cooperada da Unimed-BH, Soraya Neves Marques Barbosa dos Santos.
O câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no mundo todo. Os possíveis fatores de risco incluem exposição à luz solar ou radiação ultravioleta (UV; por exemplo, câmaras de bronzeamento artificial), infecção viral (como o vírus do papiloma humano (HPV), pele clara, presença de grandes números ou alguns tipos de nervos (pintas), exposição a arsênico, imunossupressão, algumas doenças genéticas (por exemplo, xeroderma pigmentoso) e histórico familiar de câncer de pele.
“Esse tumor ocorre, normalmente, em áreas que ficam visíveis, como rosto, pescoço, costas, ombros, cabeça e orelhas. Ele se apresenta como manchas que coçam, ardem, descamam ou sangram ou feridas que não cicatrizam. Já o melanoma, tipo mais grave da doença, surge em uma pele normal com o aparecimento de uma pinta escura de bordas irregulares, também acompanhada de coceira e descamação”, alerta a dermatologista.
A detecção precoce é fundamental para diagnosticar um tumor em sua fase inicial, possibilitando mais chances de cura. Exames clínicos, laboratoriais e de imagem podem ser importantes na investigação ou rastreamento da neoplasia. Cada caso requer um tratamento específico, podendo ser cirúrgico, clínico, radioterapia, quimioterapia e até imunoterapia. A escolha do melhor tratamento depende do tamanho, do local, do número, do tipo do câncer de pele, da profundidade de invasão e da margem de tecido sadio quando submetido à retirada cirúrgica.
“Apesar do baixo risco de letalidade, se não for detectado precocemente, pode deixar deformações ou mutilações bastante expressivas. Por isso, é muito importante as consultas de rotina com o dermatologista. Câncer de pele é uma doença que pode ser prevenida e requer a nossa atenção”, reforça a médica cooperada da Unimed-BH.
Mas todos dizem que é necessário tomar sol para prevenir a falta da vitamina D...
E é verdade! É importante passar algum tempo ao sol, uma vez que a luz solar é a principal maneira de se obter a vitamina D. Ela é importante para manter o sistema imunológico funcionando bem e para manter os ossos e dentes fortes. Também ajuda a proteger contra muitos problemas de saúde.
Ainda não se sabe ao certo quanto tempo de exposição ao sol é necessário para se produzir a quantidade devida de vitamina D, mas existe a orientação de que ficar ao ar livre com os braços descobertos por cerca de 20 minutos ao dia seria suficiente.
Prevenção
O que se sabe é que a chance de ter câncer de pele é maior se a pessoa ficar exposta ao sol por muito tempo. Portanto, evitar exposição prolongada e se proteger dos efeitos da radiação UV são as principais estratégias para prevenir o melanoma e outros tipos dessa doença.
Seguem algumas dicas para curtir o verão, agregando à rotina medidas de prevenção contra o câncer de pele:
- Pela sensibilidade ao sol ser um grande fator de risco para o câncer de pele, evitar a exposição entre 10h e 16h, horário em que os raios solares são mais intensos, é a primeira dica de prevenção.
- Recomenda-se lugares com sombra, usar proteção adequada, como roupas, bonés e óculos escuros com proteção UV.
- A aplicação do filtro solar com fator de proteção, no mínimo de 15, já é capaz de evitar possíveis danos na pele. A melhor escolha é um protetor solar rotulado como de “amplo espectro protetor solar”.
- Espalhe o protetor solar uniformemente em toda a pele que ficará ao sol.
- Use protetor solar suficiente. Para obter a quantidade certa, use a 'regra dos dois dedos' - Espremer protetor solar ao longo de seus dois primeiros dedos. Use essa quantidade de protetor solar em cada uma dessas partes do corpo: cabeça, pescoço e rosto; cada braço; parte superior das costas; parte inferior das costas; peito; estômago; cada coxa (atrás e frente); e cada perna (atrás e frente). Isso pode levar algum tempo para ser feito corretamente.
- Passe protetor solar 15 minutos antes de sair ao sol.
- Reaplique seu protetor solar regularmente. Tente reaplicá-lo pelo menos a cada duas horas e mais, frequentemente, se você tiver nadado ou suado muito.
- Reaplique o protetor solar com mais frequência quando estiver na água. Os raios do sol refletem na superfície da água, o que significa que você recebe mais sol.
- Não fique mais tempo no sol só porque está usando protetor solar. Você ainda pode se queimar e aumentar as chances de ter a doença.
- Consulte seu médico se você notar quaisquer novas manchas ou alterações em uma verruga.
- Tome cuidado extra com a pele das crianças.