Hipertensão entre crianças e jovens, conheça as causas

A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, vem atingindo cada vez mais jovens e adolescentes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 17% das crianças brasileiras têm hipertensão arterial. O diagnóstico e a intervenção precoce são fatores importantes para evitar maiores danos na vida adulta.

Doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias, ela acontece quando os valores das pressões máxima e mínima são iguais ou maiores que 140/190mmHg (ou 14 por 9).

A pressão alta faz com que o coração exerça um esforço maior para distribuir o sangue corretamente pelo corpo e é um dos principais fatores de risco para ocorrência de acidente vascular cerebral, enfarte, aneurisma cerebral e insuficiência renal e cardíaca.

 

Essa patologia, principalmente em jovens, exige conhecimento e diagnóstico correto para tratamento adequado, pois pode acarretar consequências graves para a vida toda. Na maioria das vezes, a identificação pode ser feita por um profissional da saúde, por meio de medidas de pressão arterial.

Segundo o cardiologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá (HSCG) Pedro Júnior, a hipertensão entre crianças e adolescentes pode ocorrer por várias causas, como por problemas no coração, rins e sistema endócrino. A doença também está muito relacionada à obesidade infantil e ao sedentarismo.

“O cuidado precisou ser redobrado durante a pandemia. A rotina das pessoas mudou completamente, home office, ensino a distância, as pessoas passaram a ficar, praticamente, 24 horas em casa e, querendo ou não, acabaram relaxando um pouco nos cuidados com a alimentação e os exercícios físicos. Mas não se pode julgar ninguém, o período enfrentado foi muito complicado”, ressalta Pedro Júnior.

"O cuidado precisou ser redobrado durante a pandemia. A rotina das pessoas mudou completamente, home office, ensino a distância, as pessoas passaram a ficar, praticamente, 24 horas em casa e, querendo ou não, acabaram relaxando um pouco nos cuidados com a alimentação e os exercícios físicos. Mas não se pode julgar ninguém, o período enfrentado foi muito complicado"

Pedro Júnior, cardiologista do Hospital Casa de Saúde Guarujá (HSCG)

Majoritariamente, a hipertensão infantojuvenil pode demorar para apresentar alguns sintomas, podendo até mesmo ser diagnosticada apenas quando a criança já é adulta. Dores no pescoço e de cabeça são as principais queixas de quem apresenta o problema. Após o diagnóstico, os primeiros cuidados são de extrema importância e envolvem basicamente uma mudança no estilo de vida.

O hábito de uma rotina saudável é essencial para que tem a patologia e deve ser estimulado pelos pais. “Trocar guloseimas por frutas e videogame por esportes são fundamentais. Por exemplo: a criança pode tentar ir caminhando para a escola e levar alimentos saudáveis para comer durante o intervalo”, enfatiza.

Praticar exercícios físicos com regularidade, manter uma alimentação equilibrada com frutas, verduras, legumes, evitar o excesso de sal, açúcar, frituras e gorduras saturadas e manter o controle do colesterol, diabetes e pressão arterial, são algumas das ações a serem adotadas para quem busca ter um coração saudável.

É importante ressaltar que o tratamento contra a hipertensão deve envolver toda a família na qual a criança e o jovem estão inseridos. Quando os pais ou responsáveis não seguem uma rotina de vida saudável, comem mal e não fazem exercícios, seus filhos serão estimulados a seguirem o mesmo comportamento.

Em casos mais complicados ou quando associado às outras doenças sistêmicas, como diabetes ou se há tendência de obesidade na família, os remédios são necessários e para isso o acompanhamento médico é primordial. "Vale lembrar que, em todos os casos, ela pode ser controlada e a criança pode ter uma vida normal como qualquer outra. O acompanhamento médico e familiar são os fatores mais importantes para que isso aconteça", finaliza Pedro Júnior.