Jornal Estado de Minas

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Aumento de casos de gripe e COVID preocupa tutores de cães e gatos

 

 

A chegada do novo coronavírus despertou muitas dúvidas e preocupações ao redor do mundo, inclusive sobre a possibilidade de os animais de estimação serem contaminados com a COVID-19. Estudos divulgaram informações oficiais e atualizadas em boletins como o da World Small Animal Veterinary Associatio (WSAVA) – entidade na qual os clínicos veterinários de todo o mundo se baseiam – que cães e gatos podem contrair um coronavírus próprio de suas espécies, mas que nada tem a ver com o COVID-19 e não é transmitido para o ser humano.





 

A informação, embora deixe alguns tutores mais tranquilos, não é motivo para descuidos ao se ter contato com os pets. A WSAVA explica que, por se tratar de uma doença ainda muito nova, a orientação é utilizar máscaras e higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel antes e depois de ter contato com os animais e, caso seja possível, se isolar completamente, deixando o animalzinho aos cuidados de outra pessoa.

 

Essas orientações persistem pois, uma outra pesquisa realizada pela Pontifíca Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), evidenciou que 11% dos cães e gatos que habitam casas de pessoas que tiveram o COVID-19 apresentam o vírus nas vias áreas. Apesar de os exames moleculares positivos para SARS-Cov-2, os animais não apresentaram sinais clínicos da doença. Segundo o médico veterinário e um dos responsáveis pelo estudo, Marconi Rodrigues de Farias, até o momento, pode-se afirmar que animais domésticos têm baixo potencial no ciclo epidemiológico da doença. No entanto, é importante ter em mente que o vírus pode sofrer mutação.

 

“Isso pode acontecer. Aí, o cão e o gato passariam a replicar o vírus. Pode acontecer no futuro. A gente não sabe”, afirma. Por isso, segundo o especialista, é importante controlar a doença e vacinar em massa a população, para evitar que o cão e o gato tenham acesso a uma alta carga viral, porque isso pode favorecer a mutação, podendo agravar as infecções em humanos e em animais. Por isso, as pessoas devem ficar atentas a postagens que pode propagar uma informação falsa. Como é o caso de celebridades que testaram positivo para o COVID-19 e publicaram fotos em companhia dos seus pets.





 

A exemplo está a blogueira Gabriela Pugliese, que se contaminou com o vírus, no casamento da irmã na Bahia, postou uma foto com seu pet no colo, sem proteção e com a seguinte legenda: “Tudo tem seu lado bom! Bichos não pegam corona e posso ficar agarrada! Obrigada Deus”. A foto, na época, provocou discussões entre os telespectadores e mitos comentaram que ainda não havia estudos ou comprovações suficientes sobre animais não pegarem o vírus, e dessa forma, além de estar colocando seu animal de estimação em risco, ela também estaria propagando informações erradas.

 

Blogueira Gabriela Pugliese provocou discussões ao divulgar que cães não podiam contrair o novo coronavírus - mesmo sem estudos comprovando a informação (foto: Reprodução Instagram Oficial Gabriela Pugliese)
 

 

Assim como o aumento de casos de infecção pelo coronavírus, o aumento da transmissão de gripes, também provocou preocupação nos donos de pets. Diferentemente da falta de informações sobre o coronavírus em cães e gatos, os animais podem sim contrair algum tipo de gripe, é incomum, mas caso aconteça exige uma série de cuidados. Também nomeada como influenza canina, o problema afeta a respiração do animal devido ao vírus da gripe – o Influenza A – que é extremamente contagioso.

 

Por mais que um humano gripado não consiga contaminar seu pet de estimação, os amigos de quatro patas podem se contaminar com a gripe tendo contato com outro animal infectado, principalmente em períodos de chuva, quando a transmissão aumenta. Essa gripe em si não é um problema que pode colocar a vida do seu cão em risco, porém, quando não tratada adequadamente, o quadro pode agravar e evoluir para algo mais sério, enfatizam os especialistas do My PetNews.





 

Os sintomas da doença no cachorro são similares aos que afetam os humanos. De acordo com os especialistas no assunto, os indícios são: apatia, tosse, falta de apetite, coriza e febre. Embora esses sejam os sintomas mais comuns, vale ressaltar que o cão não precisa demonstrar todos os indícios citados para estar sofrendo com a doença. Nesse sentido, se atente e caso tenha qualquer dúvida ou preocupação, procure o médico-veterinário para assegurar o diagnóstico.

 

Assim como os tutores de cães, os donos de gatos também precisam se atentar a gripe felina. Na maior parte dos casos a gripe felina é causada pelo Calcivirus felino (FCV), ou então pelo herpevírus felino ( FHV). A gripe felina é contagiosa entre gatos e pode ser transmitida tanto por gatos gripados como portadores não infectados. A existência de transportadores pode ser a razão pela qual um gatinho desenvolva gripe quando é introduzido numa família de gatos aparentemente saudáveis.

 

A gripe felina também é passageira, contudo, se não for tratada pode trazer sérias complicações que por sua vez originam doenças secundárias a nível respiratório. Se há suspeita de que seu gato esteja passando por algum processo de resfriado e conviva com outros gatos, os especialistas explicam que o melhor a se fazer é isolar o animal, evitando a propagação da doença.

 

A gripe em gatos não é transmissível para os humanos e por norma ocorre em épocas de temperaturas baixas como no Inverno, mas também poderá surgir em meses de calor devido a mudanças bruscas de temperaturas ou correntes de ar. Alguns principais sintomas da gripe em felinos são, respirar de boca aberta, garganta dolorida, perda de apetite, desidratação, febre e/ou espirros, procure um médico-veterinário para assegurar o diagnóstico.