A Doença de Alzheimer, que se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem) e é causada pela morte de células cerebrais, está em pauta nas cenas de "Um Lugar Ao Sol", da Rede Globo, novela que está na reta final. Na trama, a personagem Elenice (Ana Beatriz Nogueira) acaba de receber um possível diagnóstico. Cenas que foram ao ar nos últimos capítulos da novela mostram como é o início da doença e quais são os primeiros sintomas.
O Alzheimer é uma doença que acomete milhares de pessoas no mundo todo. De acordo com o Ministério da Saúde, somente no Brasil em 2021, cerca de 1,2 milhão de pessoas sofriam com a condição; 100 mil novos casos são diagnosticados por ano. A doença se manifesta como demência ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem) e é causada pela morte de células cerebrais.
"Pessoas com Alzheimer têm um acúmulo de duas proteínas, chamadas de Beta-amilóide, e proteína Tau, que causam inflamação, desorganização e destruição das células, principalmente em regiões como o hipocampo e o córtex", explica Marcelo Valadares, neurocirurgião, médico do Hospital Israelita Albert Einstein (SP) e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
De acordo com o especialista, o Alzheimer acomete o paciente de forma progressiva e pode ser dividido em três partes. A fase inicial, na qual o paciente apresenta sintomas leves e, inclusive por isso, muitas vezes o diagnóstico não acontece. A segunda fase ou intermediária, é quando há ausência de memória ou ela está mais forte e já existem alterações de comportamento mais simples. Por fim, na terceira fase ocorre o comprometimento das funções sociais de uma forma mais agressiva: "Na última fase, o paciente muitas vezes tem dificuldade de controlar a urina, de deglutir os alimentos e frequentemente fica restrito à cama".
Diagnóstico
A descoberta do Alzheimer geralmente é tardia. Isso impossibilita que os pacientes se beneficiem amplamente dos tratamentos implementados pelos médicos e pela equipe multidisciplinar.
O diagnóstico precoce em si não é uma certeza de que os sintomas não irão evoluir, tendo em vista que ainda não existe nada capaz de curar ou bloquear a evolução da doença, fazendo com que ela regride, mas permite que os cuidados sejam implementados mais rapidamente, garantindo qualidade de vida ao paciente.
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"A evolução da doença e a resposta ao tratamento variam a cada caso. Em alguns casos, os sintomas podem melhorar; em outros, há estabilidade. Porém, também existem pacientes que não apresentam resposta. Nesse caso, a medicação pode ser ajustada, ou alterada", esclarece Valadares.
A doença costuma aparecer principalmente acima dos 65 anos. Quando afeta pessoas abaixo desta idade, é chamado de Alzheimer precoce. É uma causa mais comum entre as mulheres: cerca de 70% dos pacientes são do sexo feminino.
Tratamento
Atualmente, existem medicações que visam atenuar os sintomas do Alzheimer e, assim, podem melhorar a qualidade de vida do paciente.
"Temos uma novidade que parece promissora: recentemente, um novo medicamento foi aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos. Ele pode mudar a perspectiva dos tratamentos, pois atua na proteína danificada do cérebro de quem possui a doença. No entanto, ainda está em fase de estudos, portanto, teremos que aguardar", conta o profissional.
Além da medicação, o envolvimento em atividades sociais para estimular o intelecto, atividades físicas e manter uma alimentação saudável devem fazer parte do tratamento.
"Eu defendo sempre que os pacientes precisam ter clareza da sua condição de saúde, apoio e suporte dos familiares e pessoas que importam com eles. Qualquer doença neurodegenerativa demanda um trabalho em conjunto do médico que faz parte da equipe multidisciplinar que irá apoiar o paciente, com familiares e cuidadores", finaliza o médico.
Até o momento, a medicina ainda não descobriu a real causa da doença de Alzheimer. Por essa razão, a cura ainda não foi encontrada. Vale ressaltar que os aspectos genéticos existem sim, porém, não são determinantes; eles somente aumentam os riscos do Alzheimer