Hoje é dia Mundial da Prevenção ao Câncer do Colo de Útero. Com uma proposta de aumentar a adesão às recomendações para vacinação contra HPV e para rastreamento da doença, a Fundação do Câncer lança o "Guia Prático: Prevenção do Câncer do Colo do Útero - Orientações para profissionais da de Saúde".
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"Além disso, o diálogo esclarecedor pode ajudar no combate às fakes news, como a de que a vacina contra o HPV estimula a vida sexual precoce ou não é segura para a saúde. A fala de um profissional de saúde tem muita importância", completa o especialista.
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Elaborado pela consultora médica da entidade, Flávia Miranda Côrrea, o guia é resultado da 2ª parte do levantamento "Conhecimento e práticas da população e dos profissionais de saúde sobre prevenção do câncer do colo do útero", realizado pela Fundação do Câncer. Nessa segunda etapa foram considerados os relatos de 2.727 profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários.
Flávia destaca que é preciso oferecer aso profissionais treinamento adequado e acesso a estudos e informações atualizadas. Segundo a médica, ouvir quem recebe a população e está diariamente na luta pela prevenção de doenças é crucial. Dar treinamento e suporte de informação em saúde, também.
Entre os entrevistados, 14% dos profissionais não possuíam todas as informações exatas sobre o público-alvo da vacina contra o HPV, 75% iniciavam rastreamento antes dos 25 anos, ou seja, fora da faixa recomendada, que é a partir dos 25 e até os 64 anos, o que gera desperdício de recursos humanos e insumos. E 93% rastrearam com periodicidade anual, quando a recomendação é a cada três anos, após dois exames anuais sem anormalidade.
"Já é observado há anos que, no Brasil, um número significativo de mulheres têm realizado o exame de Papanicolau com frequência maior do que a recomendada. Mas não é correto rastrear as mesmas mulheres anualmente; devemos priorizar mulheres que nunca realizam exames de rastreamento ou o fizeram há mais de três anos", esclarece Flávia.
1ª fase do levantamento
Em fevereiro, a Fundação do Câncer divulgou a primeira parte do levantamento, com foco no conhecimento, atitudes, práticas, mitos e fake news sobre câncer do colo do útero, tendo crianças/adolescentes, pais/responsáveis e mulheres como público-alvo.
A primeira etapa do levantamento mostrou que muitas mulheres não realizam o exame preventivo por desconhecimento ou por vergonha. O estudo concluiu ainda que baixa renda, menor escolaridade, cor da pele parda ou negra, residência em áreas urbanas pobres e rurais estão mais associadas ao conhecimento insatisfatório e práticas equivocadas referentes à vacinação contra HPV e ao rastreamento do câncer do colo do útero.
Em relação a vacina contra o HPV, o levantamento apontou que a desinformação e as fake news são os grandes motivos para a baixa adesão à prevenção.
A doença
O câncer de colo de útero atinge mais de 16.700 mulheres por ano no Brasil e gera pelo menos 6.500 óbitos, o que é inadmissível, já que existe prevenção com o exame de Papanicolau e a vacina contra o HPV. "É um quadro que precisa e pode mudar, e o que fizemos foi levantar evidências científicas a esse respeito. Esses levantamentos da Fundação têm como propósito dar base científica e orientar as autoridades para ações de prevenção, confirmação diagnóstica e tratamento para a erradicação da doença no Brasil", destaca Luiz Augusto Maltoni, diretor-executivo da Fundação do Câncer.
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O guia
Para acessar e fazer o download gratuitamente, basta clicar em https://bit.ly/guia-colo-do-utero-profissionais.
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie.