O surto de hepatite aguda em crianças ao redor do mundo ainda é uma incógnita. Em busca de uma explicação, cientistas do Imperial College London, no Reino Unido, publicaram um estudo argumentando que a COVID-19 está ligada ao aparecimento dos casos.
"Sugerimos que crianças com hepatite aguda passem por exames para investigar se há presença do Sars-Cov-2 nas fezes", escreveram os autores. A hipótese é que crianças com fragmentos do vírus da COVID-19, no sistema gastrointestinal, estão tendo uma resposta imunológica exagerada ao adenovírus 41.
Em entrevista para a BBC News, a consultora médica Ukhsa explicou que 77% das crianças examinadas testaram positivo para alguma forma de adenovírus e esse seria o "gatilho provável".
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O adenovírus 41, segundo o Instituto Butantan, é um subtipo incomum de vírus que afeta predominantemente crianças pequenas e pacientes imunocomprometidos, mas que nunca havia sido relatado como causador de hepatite aguda grave. Entretanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e os cientistas passaram a considerar a infecção do adenovírus como principal causa, porque várias amostras foram encontradas entre os infectados, é o que explica o site do Instituto.
O clínico geral, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia e diretor técnico da Imedato Consultas e Exames, Diego Umann, deixa bem claro que se o surto de hepatite aguda realmente estiver associado ao adenovírus, o ideal é que as pessoas, principalmente as crianças, mantenham os hábitos de higiene adotados durante a pandemia, como lavar sempre as mãos com água e sabão, usar álcool em gel, máscaras e evitar contatos com outras crianças com sintomas gripais.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.