Jornal Estado de Minas

PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS

Dia Internacional da Tireoide: glândula regula todo o metabolismo

Hoje, 25 de maio, é o Dia Internacional da Tireoide. Tanta atenção dada a essa glândula se justifica: ela produz hormônios que são liberados na corrente sanguínea e levados a vários órgãos, e sua função mais importante é a regulação do metabolismo de todos sistemas do corpo humano. 

 
Quando a tireoide adoece, o corpo padece. O especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, José Higino Steck, da equipe de cirurgia de cabeça e pescoço do Instituto de Otorrinolaringologia & Cirurgia de Cabeça e Pescoço-IOU, na Unicamp, e da disciplina de otorrinolaringologia e cirurgia cervico facial da Unicamp, explica que a tireoide pode ter desajuste funcional ou anatômico: o hipotireoidismo, em que ocorre falta de hormônio tireoidiano; e o hipertireoidismo, quando ocorre o excesso de produção.




 
Além disso, as alterações anatômicas podem representar a presença de nódulos na tireoide. Cerca de 15% dos casos encontrados na população são diagnosticados durante exame clínico, ao apalpar do médico. Destes, em torno de 10% podem ser nódulos malignos. Esse índice pode subir quando o exame aplicado é a ultrassonografia. O câncer da tireoide é o quinto câncer mais comum em mulheres no Brasil. 

A tireoide tem o formato de borboleta, está localizada no pescoço e “abraça” a traqueia. Todas as pessoas nascem e vivem com essa glândula. Ela produz os hormo%u0302nios triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4).
 
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"Ninguém vive sem os hormônios tireoidianos, fundamentais para a regulaça%u0303o do metabolismo, condição essencial em todas as fases da vida: crescimento, fertilidade, reproduc%u0327a%u0303o, funcionamento intestinal, batimentos cardi%u0301acos, sono, racioci%u0301nio, memo%u0301ria, etc. Na ausência da tireoide - ou quando ela não funciona adequadamente - é necessária a reposição hormonal para equilíbrio do metabolismo", explica Higino. De acordo com o médico, algumas doenças da tireoide são autoimunes e outras têm causas desconhecidas. .




Câncer de tireoide

Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima para esse ano 13.780 novos casos de tireoide no Brasil (1.830 homens e 11.950 mulheres). A incidência é maior no sexo feminino devido a um tipo de câncer, o papilífero. Segundo José Higino Steck, não existe uma causa definida pra essa discrepância dos índices de casos, até porque não se conhece a causa do câncer de tireoide.

O tratamento do câncer de tireoide pode ser cirurgia, terapias ablativas (ablação por radiofrequência) e, em alguns casos, a vigilância ativa, que pode ser usada em alguns casos específicos de tumor e em pacientes peculiares. "Consiste em apenas fazer seguimento, isto é, acompanhar o paciente com exames de ultrassom periódicos medindo o tamanho da lesão pra analisar se há crescimento”.
 
E os nódulos podem ser assintomáticos.

Sintomas

  • No hipotireoidismo: alteração de humor, desânimo, distúrbio do sono, pele seca, queda de cabelo, intolerância ao frio (sente mais frio do que o normal), edema de pernas e mãos, intestino preso etc.
  • No hipertireoidismo: os sinais são opostos aos do hipotireoidismo. Podem apresentar agitação, irritabilidade, insônia, unhas quebradiças, intolerância ao calor (sente mais calor do que o normal), diarreia, taquicardia e tremor das mãos

Diagnóstico

  • Os médicos especialistas em endocrinologia e cirurgia de cabeça e pescoço podem avaliar pacientes com nódulos de tireoide. Em geral, o endocrinologista cuida da parte clínica e o cirurgião de cabeça e pescoço faz a cirurgia ou procedimentos na glândula tireoide
  • A ultrassonografia é o principal exame para avaliar nódulos de tireoide
  • Os exames de sangue (dosagem de TSH e T4) avaliam a função da tireoide, mas não os nódulos

Tratamentos

Alterações funcionais podem ser tratadas com medicamentos e alterações anatômicas podem precisar de cirurgia ou terapias ablativas (ablação térmica ou química).


Prevenção

Não existe nenhuma dieta ou cuidado especial que possa impedir o aparecimento de alterações na tireoide.