O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher foi criado para conscientizar a sociedade a respeito dos diversos problemas de saúde e distúrbios comuns na vida das mulheres, como o câncer de mama. Em 2020, o levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostrou mais de 66 mil novos casos da doença.
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O câncer de mama é um problema de saúde pública importante no Brasil e é o tipo da doença que mais causa a morte de mulheres. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, Minas Gerais registrou, em 2020, 5.211 casos diagnosticados e 1.762 óbitos. Em 2020, no auge da pandemia, houve 60% de queda na realização de mamografias só em Minas Gerais.
Em 2021, mesmo tendo registrado aumento no rastreamento da doença, o número de mamografias realizado ainda ficou abaixo do esperado. O levantamento teve como base o número de mamografias realizadas pelos serviços públicos de saúde em todo o Brasil, disponibilizados pelo DATASUS, banco de dados de acesso aberto.
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De acordo com Annamaria Massahud, presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional Minas Gerais, a pandemia agravou um cenário que já caminhava longe do ideal, não só quanto ao diagnóstico precoce como também para o tratamento. Ela explica que no país são muitos os gargalos, que vão desde a falta de mamógrafos, equipamentos inoperantes e falta de profissionais para manuseá-los, passando pela grande dificuldade de acesso das mulheres ao sistema de saúde.
"A estratégia para diminuir a mortalidade pela doença é a detecção precoce, que não é efetiva no Brasil, e a aquisição de tecnologia, que acontece de forma lenta e inadequada dentro do Sistema Único de Saúde, de forma que a taxa de mortes causadas pelo câncer de mama só aumenta no nosso país", salienta o mastologista Henrique Lima Couto.
Sintomas
Os sintomas desse tipo de câncer podem variar, entretanto, eles costumam aparecer somente quando a doença já se encontra em um estágio mais avançado. "Essa patologia é muitas vezes considerada assintomática dado um primeiro momento. Por isso é muito importante que a mulher faça seus exames de prevenção periodicamente", explica o médico.
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De acordo com o especialista, é durante esses exames que os médicos conseguem fazer o que chamam de detecção secundária, ou seja, quando o diagnóstico é realizado de forma precoce, aumentando as chances de cura e de sobrevida da paciente. "O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo ou massa palpáveis. A secreção sanguinolenta no mamilo, ínguas debaixo do braço e a retração da pele, também são sintomas comuns aos quais a mulher deve se atentar", diz.
A modelo Fernanda Motta percebeu que algo não estava certo durante um banho, quando ela passou a mão no ceio esquerdo. Ela relata que sentiu um carocinho e sabia que aquilo não era normal. A gente tem que desmistificar esse nome tão forte. O câncer é uma doença séria, mas ele tem cura. Principalmente se você tem um diagnóstico precoce. É muito melhor a gente se cuidar e prevenir", declarou a modelo.
O câncer de mama também pode apresentar vários sinais e sintomas, como:
- Inchaço de toda ou parte de uma mama (mesmo que não se sinta um nódulo)
- Irritação de uma parte da mama
- Dor na mama ou mamilo
- Inversão do mamilo
- Eritema (vermelhidão) na pele
- Edema (inchaço) da pele
Caso a mulher apresente qualquer um destes sintomas, ou mesmo que esteja na dúvida, o mastologista afirma que é imprescindível que ela procure a ajuda de um profissional o quanto antes.
"Para tentar evitar esse cenário, é importante que a mulher busque fazer uma prevenção primária, que consiste em mudar o estilo de vida e adotar hábitos saudáveis, como combater o sobrepeso, não fumar, não ingerir álcool de forma abusiva e estar sempre praticando exercícios físicos. Além, claro, de não se esquecer que você precisa cuidar do seu psicológico para ter um emocional equilibrado", finaliza Henrique.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.