Jornal Estado de Minas

REPORTAGEM DE CAPA

Equilíbrio e sutileza são ingredientes para harmonizar a face



A cirurgiã-dentista Andréa Murta, periodontista, especializada em harmonização orofacial (HOF), reforça a prática de realçar a beleza natural de cada paciente, sem transformar as feições da pessoa. “A maioria dos pacientes fica extremamente feliz, satisfeita e agradecida com o resultado do tratamento. Além disso, eles continuam fazendo a manutenção periódica do tratamento comigo e minha equipe”, declara a dentista. 




 
Mas, afinal, o que é a harmonização facial? A harmonização facial é uma técnica não cirúrgica que consiste em equilibrar os terços da face – superior, médio e inferior –, a partir de uma análise de suas proporções, tanto verticais quanto horizontais, alinhando e corrigindo seus ângulos. 
 
 
 
Dessa forma, é possível trazer mais harmonia e beleza ao rosto e realçar as características do paciente que está realizando o procedimento. Existem duas vertentes na harmonização: a não invasiva e a invasiva. A invasiva está muito em alta hoje em dia, como o preenchimento ou fios de sustentação.

ESSÊNCIA “Para fazermos a harmonização, começamos buscando entender a real necessidade do paciente e deixando bem claro que não podemos criar falsas expectativas. Devemos sempre levar em consideração que nas redes sociais as pessoas acham que vão ter resultados iguais aos de filtros do Instagram, e não é bem assim. Com a harmonização, conseguimos realçar a essência e a beleza natural de cada um, sem transformar a pessoa em outra”, esclarece Andréa Murta.




 
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O preenchimento pode ser realizado na mandíbula, malar, mento, nariz, lábios, supercílios, bigode chinês e olheiras. Já a aplicação do botox é recomendada na testa, glabela (entre as sobrancelhas), região acima da sobrancelha, lateral dos olhos, queixo, músculo nasal (rugas que se formam no nariz, na região dos olhos), código de barras (linhas ao redor da boca), para desfazer o sorriso triste (quando o canto da boca está caído) e pescoço.  
 
“Eu, enquanto profissional, incluo o pescoço e o colo. O procedimento é feito utilizando o botox e o preenchimento com ácido hialurônico nas áreas em que houve perda de volume ou que existem rugas estáticas ou dinâmicas”, garante o biomédico esteta Thiago Martins.
 
(foto: pixabay)
 
 

Não à fábrica de rostos iguais

 
Com relação à simetria facial, é importante destacar que nosso rosto não é simétrico. O de ninguém é. Um lado é diferente do outro e isso é totalmente normal. Esse é mais um dos motivos para se ter cuidado no momento da aplicação de botox e de preenchimento com ácido hialurônico.
 
Se o profissional se atentar apenas a padrões, infelizmente vai construir uma fábrica de rostos iguais. “Cada pessoa deve ser analisada de forma individualizada, respeitando suas características naturais. É a partir daí que a harmonização deve ser feita, buscando os pequenos detalhes que precisam de mudanças sutis para deixar a face mais equilibrada”, afirma Thiago.





CONTRAINDICAÇÕES Assim como qualquer outro procedimento, seja ele invasivo ou não, a harmonização facial tem riscos. O procedimento não é indicado para pessoas que têm alergia ao produto que será aplicado, nem para portadores de doenças autoimunes, pessoas com processos inflamatórios e aqueles que fazem uso de anticoagulantes. 
 
Entre as complicações associadas à técnica, quando não realizada corretamente, pode ocorrer a obstrução do fluxo sanguíneo ou a injeção da substância dentro de uma artéria ou veia, que pode provocar necrose local.“Se aplicado de forma errada, pode parar na corrente sanguínea e trazer consequências como choque anafilático, lesões na pele, cicatrizes e formação de fibrose na região que recebeu o ácido”, diz o biomédico. 
 
 

(foto: Instituto Andréa Murta/Divulgação)

 

 
 
Liziane Gutierrez, que participou da “Fazenda 13”, é uma modelo que coleciona inúmeras cirurgias e procedimentos estéticos. O último, entretanto, lhe causou grande prejuízo à autoestima.



“Eu fiz a harmonização em 2018 e tive a rejeição. Eu cortei minha boca inteira, eu não sei a quantidade que se pode colocar, a pessoa que está fazendo o procedimento tem que saber. Quando começou a dar o problema, falou que é alergia, alergia, alergia e eu fiquei monstruosa. Foi horrível”, comentou a modelo com seus colegas de confinamento durante o programa. 
 
A comerciante Adriana Nascimento Dias, de 46 anos, é paciente de Thiago e teve êxito no procedimento. Adriana, que estava insatisfeita com alguns traços e linhas de expressão, resolveu fazer a harmonização facial para amenizar algumas imperfeições e rejuvenescer o rosto, e diz ser essencial confiar no profissional e analisarem juntos o que seria o procedimento mais indicado.
 
“Eu tenho algumas conhecidas que fizeram a harmonização facial com outros profissionais, mas o resultado não ficou legal. O profissional precisa ter noção de como é o rosto de cada paciente e como ele vai ficar após o procedimento. Assim, não há exageros e a pessoa não perde a essência nem seus traços. Ele precisa realçar o que o paciente já tem de bonito e melhorar aquilo que precisa de melhora”, diz Kelly Araújo Guimarães, gerente de TI, de 37, que também é paciente de Thiago e ficou muito satisfeita com o resultado. 




 

Cuidados após a harmonização facial


Diferentemente das cirurgias plásticas, o procedimento não é restritivo e o paciente pode voltar às suas atividades normalmente, desde que elas não exijam muito esforço físico.

» Não praticar atividades físicas 
no dia da aplicação

»  Evitar exposição ao sol

» Usar os medicamentos tópicos
 prescritos pelo dermatologista

»  Não massagear o local 
 

Qual profissional está apto a realizar a harmonização facial?

 
A escolha do profissional especialista em harmonização facial faz toda a diferença. Mas você sabe quais são os profissionais aptos a fazer esse tipo de procedimento ?

No Brasil, os conselhos de classe são os responsáveis pela regulamentação e fiscalização da atuação de seus respectivos profissionais ligados à saúde. Nos últimos anos, decisões de diversos conselhos incluíram o preenchimento facial no escopo de atuação de seus profissionais, permitindo que uma gama de profissionais realize o procedimento, entre os quais biomédicos estetas, cirurgiões plásticos, dermatologistas e dentistas.
 
A atuação do biomédico esteta foi regulamentada pelas resolu- ções CFBM 197/2011, 200/2011 e 214/2012, que determinam limites e diretrizes para a atuação do profissional. Atualmente, esses profissionais devidamente habilitados em estética podem realizar todos os tipos de recursos avançados, envolvendo técnicas injetá- veis e perfurocortantes.




 
O site oficial do Conselho Fe- deral de Odontologia (CFO) declara que a Resolução CFO 230/2020, que complementa a Resolução CFO 198/2019, reconhece a harmonização orofacial como especialidade odontológica. A resolução ainda traz exemplos de procedimentos cirúrgicos vedados, para que o cirurgião-dentista não tenha qualquer tipo de dúvida sobre os critérios e limites de atuação. 
 
É por isso que os especialistas ressaltam a importância de procurar um profissional devidamente qualificado antes de realizar qualquer modificação corporal.
 
(foto: arquivo pessoal)
 

Palavra de especialista

Ludmila Bonelli, Cosmiatra e bacharel em fisioterapia
 
Para se ter um resultado completo, antes de buscar fazer a harmonização é preciso que o paciente, seguindo as recomendações do profissional, aprenda a gerenciar e cuidar de sua pele. “Podemos ter a melhor técnica de harmonização ou a melhor tecnologia em máquinas, mas se a pele estiver muito danificada, com certeza o resultado da harmonização ficará comprometido. Esse gerenciamento da pele consiste em adotar hábitos saudáveis e um skincare devidamente indicado por um especialista, que vai te auxiliar no que usar ou passar na pele, no que tomar ou o que mudar na alimentação. O açúcar, por exemplo, é um dos maiores vilões para nossa pele. E o primeiro olhar do outro vai ser sempre para o maior órgão que temos no corpo, por isso é preciso ter uma pele bem cuidada e funcional para, assim, passar para o próximo passo, que é a harmonização.”  
 
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.