A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) sedia hoje (9) a primeira capacitação sobre diagnóstico laboratorial da varíola dos macacos para profissionais de saúde de sete países da América Latina. O treinamento é iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), do Ministério da Saúde e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Vão participar técnicos de institutos nacionais de Saúde da Bolívia, do Equador, da Colômbia, do Peru, Paraguai, Uruguai e da Venezuela.
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O treinamento será ministrado pelo Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz. A revisão dos protocolo e materiais necessários será conduzida pelo virologista Edson Elias da Silva, chefe do laboratório da Fiocruz, que também realizará atividades teóricas e práticas.
Na manhã desta quinta-feira, haverá cerimônia de abertura para marcar o início do curso. Estão previstas as participações da presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, da diretora do Instituto Oswaldo Cruz, Tania Araujo-Jorge, do secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia, da representante da Opas no Brasil, Socorro Gross Galiano, e do assessor regional para doenças virais da organização, Jairo Mendez.
Diante da circulação da doença em diversos países em que ela não é endêmica, a Opas recomenda que todos os casos suspeitos de varíola dos macacos, considerando a avaliação clínica e epidemiológica, devem ser testados. Os sintomas podem incluir lesões na pele, febre, dor no corpo e dor de cabeça, entre outros. Segundo a Fiocruz, a letalidade é estimada entre 1% e 10%, com quadros mais graves em crianças e pessoas com imunidade reduzida.
A chamada varíola dos macacos é endêmica em países da África Ocidental e Central, mas, desde o dia 13 de maio, 780 casos foram confirmados em 27 países fora da área onde a doença costuma circular. Segundo a Fiocruz, a maioria das pessoas com casos confirmados relatou viagens a países da Europa e América do Norte, em vez da África Ocidental ou Central. Na região das Américas, há casos confirmados no México (1), na Argentina (2), nos Estados Unidos (19) e no Canadá (58). No Brasil, havia oito casos suspeitos, em balanço divulgado pelo Ministério da Saúde.
Apesar do nome, a doença não é transmitida por macacos. Eles apenas podem adoecer, assim como os seres humanos. Atualmente, não se sabe que animal mantém o vírus na natureza, mas acredita-se que roedores tenham papel na disseminação da doença na África, onde o vírus é endêmico. A transmissão do vírus de animais para pessoas pode se dar por meio de mordida ou arranhadura, pelo manuseio de caça selvagem ou pelo uso de produtos feitos de animais infectados. Entre pessoas, a transmissão ocorre principalmente por meio do contato direto, como beijo ou abraço, ou por feridas infecciosas, crostas ou fluidos corporais, além de secreções respiratórias durante contato pessoal prolongado.