Assunto relativamente novo, o conhecimento e a prática da Neurociência em vários campos da vida e da sociedade tem assumido um protagonismo crescente.
A Neurociência é o campo científico que se dedica ao estudo do sistema nervoso - que é o aparelho formado pelo cérebro, medula espinhal e nervos periféricos.
Segundo a especialista Sandra Raphael, devido ao avanço da ciência com grandes descobertas relacionadas ao sistema nervoso humano e sua atuação na vida, saúde e comportamento dos indivíduos, o tema instiga cada vez mais a busca por entendimento de seus adeptos, hoje de várias áreas. Para além disso, ainda conforme ela, vem se tornando cada vez mais frequente a busca por seu conhecimento e aplicabilidade.
"O curso de Neurociências na Europa, por exemplo, é parte integrante de uma titulação relacionada às ciências médicas como: biologia; biomedicina; medicina; física e psicologia", disse.
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Conforme Sandra, podemos encontrar abordagens a neurociências relacionadas às áreas do marketing, comunicação, educação, comportamento, entre outras.
Para ela, a especialização ou extensão em neurociências no sentido "puro" do tema tem especificidades e exige conhecimentos profundos e sólidos de temas complexos em relação ao funcionamento biológico.
"Podemos exemplificar citando o sistema nervoso, componentes celulares, sinapse, memória, bases moleculares, neuropatologias e uma infinidade de interações e interferência com o corpo humano e seu funcionamento", argumentou.
Sandra comenta ainda que acredita que parece evidente que o tema da neurociência deve sempre ser abordado por especialistas, formados e reconhecidos em uma das áreas médicas acima referidas, com profundo conhecimento e trabalhos científicos que validem a competência de determinada pessoa para o assunto.
"Vale lembrar que o tema recorrente dos trabalhos científicos só podem ser aplicados após apresentação a uma banca que, através de critérios bem documentados e evidenciados, atribui a referida titulação ao seu autor", pontuou.
Para Sandra, precisamos sempre refletir e salientar sobre as armadilhas do uso do tema, suas referências e autotitulação como neurocientista por parte de profissionais totalmente leigos em relação às áreas médicas e que fazem uso ou recurso do tema, suas descobertas e inferências em relação ao comportamento humano, meios de aprendizagem, hábitos de consumo, entre outros, porque trata-se de uma área muitíssimo secreta do cérebro, de complexos conhecimentos que não podem, nem devem, ser abordados de modo simplista e pouco rigoroso.
"A brevidade dos processos de aprendizagem, a busca pela diferenciação, a vida imediata pode fazer com que alguns profissionais enveredem por atalhos no campo da neurociência, promovendo um certo descrédito ao tema e, mais grave ainda, colocando a saúde física, mental e emocional dos que se aventuram em mãos não qualificadas a tratamentos ou inferências sem base científica", alertou.
Por fim, Sandra afirma que Neurocientista tem que ter uma titulação na área da Saúde, deve ser autor de trabalhos científicos devidamente reconhecidos e aprovados em bancas acadêmicas, por doutores no assunto e que gozem de uma formação acadêmica, investigativa e científica séria e comprovada.