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Estado de Minas COMPORTAMENTO

Overtraining: saiba quais são os perigos do excesso de atividade física

Especialista ressalta que condição é uma síndrome difícil de ser detectada por ser muitas vezes confundida com burnout e overreaching funcional


12/06/2022 08:15 - atualizado 12/06/2022 08:17

atividade física
Os perigos do vício em atividade física - ou o excesso dela - vão muito além da vaidade (foto: Freepik)


Sabe aquela vontade incontrolável de ir para a academia ou de praticar qualquer atividade física para manter o "shape" em dia? Pois é, o sertanejo Eduardo Costa revelou, em uma entrevista à Band, que fez uma promessa para acabar com o vício em academia.

“Pouco antes da pandemia, eu estava vivendo um momento difícil, que eu chamo de pré-depressão. Estava muito vaidoso, então a academia era uma das coisas que eu mais fazia. Era muito vaidoso. [...] Eu fiz um voto de não ir para a academia mais durante esse tempo, que foram três anos”, revelou o cantor.
 
No entanto, os perigos do vício em atividade física – ou o excesso dela – vão muito além da vaidade. A reportagem conversou com Thiago Rosa, profissional de educação física e professor do Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Católica de Brasília, para entender como o chamado overtraining pode prejudicar a saúde.

O profissional explica que o overtraining (o excesso de atividade física) é considerado um acúmulo de carga de treinamento que leva à diminuição do desempenho e a uma fadiga crônica que requer dias ou até semanas para recupe- ração.

"De modo geral, os atletas treinam para aumentar o desempenho. Aumentos de desempenho são alcançados através do aumento das cargas de treinamento. Cargas aumentadas são toleradas apenas por períodos intercalados de descanso e recuperação — periodização do treinamento", esclarece o docente.

Thiago ressalta que a condição é uma síndrome que pode ser difícil de ser estabelecida, necessitando de avaliações acuradas e muitas vezes  confundida com outras condições, como o burnout e overreaching funcional, ou diminuição temporária do desempenho.

Como identificar se estou com overtraining?

O especialista aponta que o overtraining apresenta alterações marcantes no corpo que merecem atenção, como perda de força; alterações da frequência cardíaca; perda da massa muscular; fadiga crônica; redução do estoque de glicogênio; alterações da glicemia; aumento do lactato sanguíneo de forma sustentada; redução da testosterona; irritabilidade; perda de apetite; insônia; infecções de trato respiratório superior e febre.
"É uma condição muito séria e que pode trazer consequências graves, como maior incidência de lesões, quadros de ansiedade e depressão, infecções graves e até morte", alerta Thiago Rosa.

Como prevenir o overtraining?

O docente pontua que para prevenir o overtraining deve-se buscar auxílio de profissionais especializados, como nutricionistas e profissionais de educação física, para compor uma nutrição adequada, boa higiene de sono e periodização do treinamento, respeitando volume e carga de treinamento, assim como o descanso.

Como tratar o overtraining?

Caso o overtraining seja diagnosticado, o especialista explica que a pessoa deve buscar um médico e nutricionista para estabelecer estratégias de repouso, alterações dietéticas e suplementação, assim como a necessidade de medicações e moduladores do sistema imunológico para reverter a gravidade do quadro.


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