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Estado de Minas PANDEMIA

Ômicron BA.4 e BA.5: há motivo para preocupação?

Surtos de COVID estão ocorrendo novamente em todo o mundo, impulsionados por algumas subvariantes que surgiram a partir da ômicron original


20/06/2022 12:48 - atualizado 20/06/2022 13:31

coronavírus
As subvariantes BA.4 e BA.5 surgiram a partir da ômicron 'original' (foto: Getty Images)

Duas novas subvariantes derivadas da ômicron estão causando novos surtos de COVID-19 em todo o mundo.

A BA.4 e BA.5 foram detectadas pela primeira vez na África do Sul e podem, em breve, se tornar as cepas dominantes na Europa e nos Estados Unidos, de acordo com especialistas em saúde.

No Brasil, o último boletim do Instituto Todos pela Saúde revela que essas variantes já são responsáveis por 44% dos casos prováveis de COVID-19 nas últimas semanas.

 

 

 

Há menos de um mês, elas só apareciam em 10,4% das amostras analisadas.

"Em breve, a maioria dos casos de covid-19 no Brasil será causada por essas variantes", projeta o relatório.

O que exatamente são as variantes BA.4 e BA.5?

Desde que surgiu, o coronavírus vem sofrendo mutações conforme se espalha pelo mundo. As novas versões que continuam a aparecer são chamadas de variantes.

Já existem algumas variantes importantes detectadas a partir do final de 2020, como alfa, beta, gama e delta, que causaram ondas massivas de novos casos.

 

Leia também: EUA autorizam vacinas contra a COVID da Pfizer e Moderna para bebês

 

 

As últimas a preocuparem os especialistas — a BA.4 e a BA.5 — estão intimamente relacionadas com a variante ômicron, que foi detectada no final de 2021.

Essas subvariantes que surgiram a partir da ômicron "original" foram adicionadas à lista de monitoramento da Organização Mundial da Saúde (OMS) em março deste ano e também acabaram designadas como variantes de preocupação na Europa.

Onde elas estão se espalhando?

A BA.4 e a BA.5 foram detectadas na África do Sul no início do ano e agora parecem estar circulando com mais velocidade em comparação com as demais variantes.

Elas já estão em circulação na maioria dos países europeus e logo serão as principais responsáveis pelos novos casos de COVID. Isso, inclusive, já aconteceu em Portugal, onde a BA.5 se tornou dominante.

Nos Estados Unidos, as autoridades apontam que também estão vendo um número crescente de infecções causadas por essas duas novas subvariantes.

Os casos de COVID no Reino Unido já mostram os primeiros sinais de um possível aumento, impulsionado justamente por BA.4 e BA.5.

No Brasil, como citado no início da reportagem, essas subvariantes caminham a passos largos para virarem as mais comuns nos estudos que realizam a vigilância genômica.


Coronavirus and vaccines
Cientistas estão trabalhando para adaptar as vacinas às novas variantes (foto: Getty Images)

Elas serão prejudiciais?

Os especialistas não têm certeza de qual será o impacto da BA.4 e da BA.5 ao longo dos próximos meses.

Pelo que se sabe até o momento, elas não são mais letais do que outras variantes.

Além disso, boa parte da população acumulou algum grau de imunidade por causa da vacinação e de infecções prévias, o que ajuda a tornar a COVID menos grave de uma maneira geral.

Mas essas novas subvariantes parecem estar se espalhando mais facilmente.

Isso ocorre em parte porque a imunidade das pessoas pode estar diminuindo, mas também por causa das mutações que o vírus sofreu.

Muitos países suspenderam as restrições que marcaram os últimos dois anos, como o uso obrigatório de máscaras e a proibição de aglomerações, o que significa que as pessoas estão se misturando mais — o que dá ao vírus novas oportunidades para se espalhar.

A BA.4 e a BA.5 também parecem ser capazes de infectar mesmo aquelas pessoas que tiveram covid recentemente.

Todos esses fatores em conjunto aumentam o risco de uma nova onda de casos, que pode levar a um aumento de hospitalizações e mortes.

Como podemos nos proteger contra elas?

Assim como acontece com outras variantes do coronavírus, o risco de desenvolver complicações ou um quadro grave permanece mais alto entre pessoas idosas ou com condições de saúde que prejudicam o funcionamento do sistema imunológico.

Embora as vacinas atuais não sejam perfeitas, elas continuam a ser a melhor linha de defesa.

Foram os imunizantes que diminuíram significativamente o risco de covid grave diante de todas as principais variantes, incluindo alfa, beta, gama, delta e ômicron.

Os médicos reforçam que tomar as doses preconizadas continua a ser vital para reduzir o risco de hospitalização, intubação e morte.

Com que rapidez poderíamos desenvolver novas vacinas contra variantes?

Versões atualizadas de vacinas contra variantes da covid-19 estão sendo projetadas e testadas neste momento.

Os fabricantes também podem aumentar a produção de novas doses rapidamente.

Enquanto isso, as agências regulatórias estão discutindo como acelerar o processo de aprovação das versões atualizadas dos imunizantes específicos para as novas variantes.

Como surgem as variantes?

Durante o processo de infecção, os vírus fazem cópias de si mesmos.

Mas esse processo, que acontece de forma incessante, não é perfeito.

Algumas cópias apresentam erros, que alteram o material genético do vírus.

Isso, por sua vez, resulta em novas versões do patógeno.


Gráfico sobre o que são as variantes
(foto: BBC)

Se essas alterações aleatórias trouxerem algum tipo de vantagem evolutiva ao vírus, essa nova versão vai prosperar.

Quanto mais chances o agente infeccioso tiver para fazer cópias de si mesmo em nós — os hospedeiros —, mais oportunidades existem para que ocorram mutações e apareçam novas variantes.

 

'Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-61839288'

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