"O processo de criatividade foi a base para criar a sociedade humana conforme a concebemos num processo que permitiu à humanidade desenvolver valores, ideias e comportamentos de forma original."
Assim é definida a importância da criatividade para o desenvolvimento humano pelo artigo "A criatividade precisa ser trabalhada constantemente, com treinos e desafios para desenvolver suas habilidades", escrito pelo PhD em neurociências e biólogo Fabiano de Abreu Agrela e publicado pela Fédération Internationale d'Education Physique (FIEP).
O estudo apresenta as partes do cérebro responsáveis pela criatividade, entre elas destaca-se o papel do córtex frontal - considerado o centro da criatividade pelas suas funções relacionadas à memória e planejamento - e do hipocampo - responsável por correlacionar informações para criação de novas ideias. O processo do pensamento criativo também é abordado pelo artigo que o correlaciona à capacidade imaginativa do cérebro.
"O pensamento criativo é apoiado em parte por nossa capacidade de imaginar o futuro - nossa capacidade de visualizar experiências que ainda não ocorreram. Desde planejar o jantar até imaginar as próximas férias, confiamos rotineiramente em nossa imaginação para imaginar como será o futuro, a mesma região do cérebro que nos permite imaginar um futuro também está envolvida na lembrança do passado: o hipocampo", escreveu Agrela.
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É possível estimular a criatividade?
A resposta é sim! De acordo com Fabiano de Abreu, a criatividade pode ser estimulada por alguns hábitos simples, como ter uma boa alimentação e praticar exercícios físicos que são importantes e basais.
"Um menor uso de redes sociais e tecnologia imersiva, mais interação física com o real, assim como mais conhecimento, maior ginástica cerebral com técnicas de memorização e uso da lógica, controle da ansiedade", entre outros são essenciais para a nossa capacidade criativa", explica.
Qual a relação entre inteligência e criatividade?
Segundo o artigo, as regiões do cérebro responsáveis pela criatividade são mais desenvolvidas em pessoas com um Q.I. elevado, no entanto, a intensidade da criatividade não tem relação com a quantidade de inteligência, sendo a personalidade um fator mais determinante no processo criativo.
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"Para ser criativo tem que ser inteligente, mas o tamanho da criatividade não tem relação com o tamanho do QI. Pessoas de alto QI tendem a ser mais criativas, mas a criatividade que consolida e transforma, tem relação com a personalidade. Tendo que unir ambos os fatores, inteligência e personalidade, somado ao conhecimento, experiência e nuances que não interfiram no cognitivo para um melhor processo criativo", afirma Fabiano.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.