Jornal Estado de Minas

CONSCIENTIZAÇÃO

Suporte familiar é essencial no combate às drogas, diz especialista

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), uma a cada 200 pessoas desenvolve transtornos associados ao consumo de drogas lícitas e ilícitas, sendo que o uso de substâncias, como álcool ou outras, produz danos físicos, sociais e psicológicos. Por isso mesmo, o dia 26 de junho foi instituído como Dia Internacional de Combate às Drogas para ajudar na conscientização e alertar a sociedade para este grave problema.





 

O psicólogo e CEO da Equipe AT, Filipe Colombini, especializado em orientação parental, explica que no caso das crianças e adolescentes, o suporte dos pais é fundamental no combate às drogas, graças à proximidade, ao acolhimento e ao afeto, junto com a colocação de limites da forma adequada e a regulação das emoções. "A família é normalmente um elemento de proteção. E a prevenção tem relação direta com um bom suporte parental", afirma ele.

 

O especialista acrescenta que estabelecer uma parceria e o vínculo saudável entre pais e filhos é extremamente importante para a luta contra as drogas ter um encaminhamento positivo. "No contexto familiar, é preciso priorizar uma comunicação afetiva, tomando cuidado para o tema não virar tabu e nem ficar restrito a ameaças, punições e regras inflexíveis".

 

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Em caso de abuso de drogas, o psicólogo deixa claro que o Acompanhamento Terapêutico, conhecido como AT, é uma das modalidades de terapia com mais efetividade. "Por ser uma abordagem que trata os pacientes fora do ambiente do consultório, em geral, o AT tem uma atuação mais intensiva do que a terapia convencional", declara.





 

"O trabalho em ambiente natural, fora do consultório, é importantíssimo para identificar quais são os gatilhos para o uso de drogas e quais habilidades o paciente precisa desenvolver para driblar o desejo de consumo", conta Colombini. "A intervenção precisa ocorrer no dia a dia porque são muitos os estímulos do cotidiano que levam uma pessoa a usar drogas e ter comportamentos impulsivos, quando existe esta tendência", continua o profissional.

 

Muitos pais têm dificuldade em identificar qual o momento certo para começar a dialogar com os filhos sobre o uso de drogas. Por isso, o profissional esclarece que a idade ideal é quando o filho está se inserindo em grupos, nas fases da adolescência e da pré-adolescência.

 

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"É importante falar sobre esse assunto sem gerar estresse e desgastes. Um dos papéis do psicólogo é mediar a relação entre pais e filhos, por meio de orientação parental e o próprio atendimento psicológico fora do consultório", finaliza Colombini.

 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.