Muita gente já experimentou a sensação das mãos formigando, o que acontece, geralmente, quando se passa muito tempo com o punho em uma mesma posição. Isso pode acabar bloqueando a circulação do sangue no local. Outras pessoas, porém, convivem com esse incômodo todos os dias. É o que acontece quando se tem uma condição chamada síndrome do túnel do carpo. Trata-se de uma doença que comprime o nervo mediano no canal do carpo, uma estrutura anatômica que fica entre a mão e antebraço. Essa compressão é a responsável pelo desconforto na região.
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Obstetra explica como agir quando o bebê resolve nascer de surpresaTestes rápidos para COVID são confiáveis? O que revelam pesquisas nos EUAPesquisadores desvendam os benefícios da alimentação vegetarianaDe acordo com o especialista, que é membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, os principais motivos que levam à doença são lesões por esforço repetitivo, causas inflamatórias, como a artrite reumatoide, e hormonais, como gestação, hipotireoidismo e diabetes.
É o caso da Margarida Gomes, de 70 anos, que descobriu a síndrome há cerca de oito meses. Ela sentia dormência e coceira no local, principalmente à noite ou quando realizava algum trabalho manual.
"Em uma conversa com o cardiologista, eu relatei o problema. Ele solicitou alguns exames para investigar o que estava acontecendo e saber se realmente se tratava da síndrome do túnel do carpo. O resultado, infelizmente, não só apontou a doença como também que o tratamento deveria ser através da cirurgia", conta.
Os principais sintomas, de acordo com o médico, são a sensação de choque e de formigamento na região, principalmente no período da noite. "Ao longo do tempo, com a evolução da síndrome, o paciente começa a ter dificuldade em executar tarefas simples, como segurar alguns objetos, por exemplo, e pode perder a sensibilidade dos dedos, ter alteração da sudorese nas mãos e dor irradiada também para os braços."
Para averiguar se o paciente possui a patologia, Felipe Mendes explica que podem ser feitos dois exames físicos: o de Tinel e o de Phalen. O primeiro consiste em percutir o nervo mediano. Se estiver comprometido, a sensação será de choque e formigamento. "No segundo se dobra o punho e o mantém fletido durante um minuto. Como essa posição aumenta a pressão intracarpeana. Se houver compressão do nervo, os sintomas pioram", diz.
Além dos dois exames físicos, o médico pondera que alguns exames, como ultrassonografia ou eletroneuromiografia, podem ser solicitados pelo especialista que acompanha o caso.
Já o tratamento é feito por meio do uso de dispositivos e mudanças nas atividades de rotina, incluindo repouso, compressas de gelo, munhequeiras, injeções de corticoide, sessões de fisioterapia e, em casos mais graves, a cirurgia, como foi o caso de Margarida.
"Como não existe uma medida preventiva concreta, é necessário que o paciente esteja atento aos movimentos que realiza durante o dia, com o intuito de não executar tarefas que flexionem o pulso de forma repetitiva. Isso vale tanto para evitar a doença como também como recomendação para os pacientes diagnosticados com a síndrome", finaliza o neurocirurgião.