As estatísticas não mentem. O Gleeden, aplicativo de encontros discretos pensado por e para mulheres, construiu um ranking dos países mais infiéis, com base na concentração de usuários cadastrados em cada localização geográfica, e o Brasil ficou em primeiro lugar como o país "mais infiel" da América Latina.
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Para compreender a percepção e o ambiente do relacionamento pessoal, romântico e sexual dos brasileiros, o aplicativo resolveu promover o primeiro estudo sobre a infidelidade no Brasil. A investigação abordou junto aos entrevistados temas como infidelidade, diferença entre gêneros e infidelidade digital, e descobriu que 8 em cada 10 brasileiros foram infiéis e sete em cada 10 brasileiros consideram que é possível amar e ser infiel.
A pesquisa mostrou que 62% dos brasileiros consideram a infidelidade algo natural até certo ponto. O motivo mais comum pelo qual os brasileiros cometem infidelidade é por motivos sexuais (problemas, desejo, curiosidade sexual) que representam 50% das causas. A interação física é considerada infidelidade com maior frequência. Porém, 10% dos entrevistados não consideram como traição no caso de contratação de serviços de prostituição e 6% não se sentiriam traídos por seu parceiro (a) beijar outra pessoa.
"Cerca de 86% dos brasileiros já traíram. Essa é a maior porcentagem na América Latina. Isso pode ser porque mais de 60% dos brasileiros acham que a infidelidade é apenas humana. Ou mais de 70% acham que se pode estar apaixonado pelo parceiro, mas também ser infiel a ele. Sexo é muito importante para os brasileiros que sempre procuram, mas em casal valorizam mais outras coisas", afirma Rubies.
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Diferentemente de outros estudos promovidos pelo Gleeden na América Latina, o carnaval, festa típica brasileira, aparece como um impulsionador da infidelidade. De acordo com a investigação, sete em cada 10 brasileiros consideram que as pessoas são mais infiéis durante o carnaval. Além disso, cinco em cada 10 brasileiros entrevistados consideram que os carnavais promovem a infidelidade.
Outros dados importantes do estudo do Gleeden revelam que o brasileiro é compreensivo no momento de perdoar um parceiro infiel. Seis em cada 10 entrevistados estariam dispostos a não terminar a relação por conta de uma traição. Entre os principais motivos para tal compreensão estão: a falta de desejo sexual, a falta de um acordo monogâmico prévio, ter um casamento por conveniência, diminuição do desempenho sexual do casal, a curiosidade sexual, entre outros.
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A diretora de Comunicação e Marketing revela que o confinamento que muitos países sofreram com a pandemia contribuiu para aumentar as inscrições no aplicativo, em média 160%. O tempo de conexão também aumentou de duas horas para três horas, ou seja, 50% a mais, embora as conexões fossem mais curtas, dado o aumento do risco de ser pego em flagrante. "A convivência 24 horas por dia, sete dias por semana, especialmente quando você não está acostumado, também ajudou para esse crescimento. Além disso, os aplicativos em geral estão se especializando cada vez mais para cada necessidade específica."
Infidelidade digital
A infidelidade digital ganha cada vez mais espaço para debate entre os brasileiros. Segundo o estudo, o consumo de imagens íntimas é considerado infidelidade dependendo da fonte dos arquivos: se as imagens são enviadas diretamente são consideradas infidelidade por 95% dos entrevistados, se as imagens são de fonte pública/pornografia são consideradas infidelidade em apenas 19%. Pode-se concluir que a possibilidade da infidelidade digital se transformar em infidelidade física é o que a torna mais ou menos relevante.
Diferença entre gêneros
Quando o assunto é diferença entre gêneros, o comportamento masculino em relação a infidelidade se destaca. Segundo os entrevistados, os homens são mais infiéis, sendo que apenas 2% consideram que são as mulheres. Segundo o estudo, 8 em cada 10 brasileiros foram infiéis. Dos entrevistados do sexo masculino 91% afirmaram já terem traído e, entre as mulheres, 88% revelaram terem sido infiéis.
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"No Brasil, 70% dos usuários são homens e 30% mulheres. Eles vivem principalmente em cidades e a idade média é de 33 anos", comenta Silvia.
As mulheres, entretanto, são mais reprovadas em caso de traição e sexualidade, o que comprova a existência de um tabu de acordo com o gênero. Nove em cada 10 brasileiros consideram que as mulheres são mais julgadas socialmente ao cometer uma infidelidade do que os homens, e 99% dos entrevistados consideram que são os homens que têm mais segurança e liberdade sexual.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.