Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Medicamentos para diabetes são usados de forma incorreta para emagrecer

O número de obesos está prestes a dobrar em todo o mundo. Esse é o alerta que a World Obesity Federation (Federação Mundial de Obesidade) traz no atlas sobre obesidade publicado este ano. No Brasil, a estimativa é que 30% da população adulta brasileira apresente algum nível de obesidade até 2030, já para as crianças, a previsão é que 22,7% dos pequenos, de 5 a 9 anos, convivam com a doença.





 

obesidade é uma doença crônica multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal que pode desencadear diversos problemas de saúde. O Brasil é um dos países com maiores níveis de obesidade no mundo. A cada cinco mulheres, uma apresenta obesidade, e a cada sete homens, um também é obeso. Esse é o motivo pelo qual, cada vez mais, é possível encontrar pessoas que busquem alternativas para o emagrecimento.

 

Sabe-se que o processo de emagrecimento não é fácil, exige dedicação e disciplina, além de apresentar resultados em longo prazo. É dentro deste cenário que alternativas para o emagrecimento de forma rápida acabam surgindo como uma fórmula milagrosa e alguns medicamentos para o controle de diabetes vêm chamando atenção nos últimos anos devido ao seu potencial para a perda de peso.

 

Alguns fármacos, inicialmente desenvolvidos para o tratamento de diabetes, reduzem o movimento peristáltico do intestino delgado, o que gera a sensação de saciedade, diminuindo a fome e fazendo com que os pacientes comam menos, pois se sentem satisfeitos de forma mais rápida.





 

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Como a compra desses medicamentos não exige a retenção de receituário médico, as vendas dispararam, sendo, muitas vezes, consumidos por pessoas que não possuem indicação de uso. Isso gera um alerta sobre a forma com que as pessoas vêm lidando com o ganho de peso e o emagrecimento.

 

No Brasil, esses medicamentos não são aprovados pela Anvisa para o tratamento de redução de peso, e a sua administração por conta própria pode ser extremamente perigosa devido ao seu número considerável de efeitos colaterais, como gastroenterite, refluxo gastroesofágico, dor de cabeça, dor abdominal, hipoglicemia, tontura, distensão abdominal e vômitos. Além dos sintomas que podem se apresentar de forma intensa, os remédios possuem restrições a diversos grupos de pacientes, como as gestantes e lactantes e pacientes com histórico de doenças associadas a tireoide, pâncreas e fígado.

 

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Vale lembrar que o excesso de peso não é um problema estético, mas, quando diagnosticado como obesidade, pode ser o gatilho para diversas complicações de saúde, como infarto, AVC, diabetes, hipertensão, problemas articulares, entre outros. Ressalta-se a importância de um acompanhamento multidisciplinar em saúde que será capaz de traçar estratégias saudáveis para o emagrecimento, que não coloquem em risco a saúde do usuário. Então, não busque sozinho por resultados milagrosos que podem gerar danos ainda maiores à sua qualidade de vida.

 

* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.