Com a redução do número de casos e internações, e tendo a pandemia da COVID-19 sob relativo controle, as pessoas puderam respirar um pouco mais aliviadas. Até que começaram a surgir no noticiário informações sobre casos de varíola dos macacos.
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"A varíola foi considerada uma das mais devastadoras pandemias que a humanidade já enfrentou. A doença vitimou mais de 300 milhões de pessoas no mundo, sendo mais letal do que somadas com a gripe espanhola e as duas grandes guerras mundiais", afirma Bruna.
A doença é causada pelo vírus Orthopoxvirus variolae%u202Fe a transmissão acontecia de pessoa para pessoa, a partir da inalação de gotículas contendo o vírus, eliminadas ao tossir, espirar ou falar, ou contato direto.
Os sintomas eram similares aos de uma gripe comum, mas quando o vírus se instalava no organismo pelo sistema linfático, começavam a aparecer manchas, que evoluíam para pústulas 'bolhas contendo líquido/pus'. Ao estourarem, as bolhas podiam deixar marcas na pele para o resto da vida do paciente.
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Na época do surto de varíola, como não havia cura, a recomendação era esperar o organismo do paciente reagir e combater o vírus. Havia dois tipos de varíola: a varíola major, tipo mais radical da doença, que levava 30% dos doentes à óbito, e a varíola minor, um tipo mais leve que levava a óbito apenas 1% dos doentes.
"Atualmente, o calendário do SUS não oferece a vacina, pois ela é considerada erradicada no Brasil desde a década de 1970. Para as pessoas que tomaram a dose nessa época, é possível que ainda exista algum tipo de proteção contra a varíola dos macacos", explica a enfermeira.
Varíola dos macacos
A varíola dos macacos é uma zoonose silvestre viral (transmitida aos seres humanos a partir dos animais) que ocorre em regiões como as florestas da África Central e Ocidental. A doença é causada pelo vírus Monkeypox, que pertence ao gênero%u202FOrthopoxvirus, e foi observada inicialmente em macacos em um laboratório em 1958, na Dinamarca.
Os sintomas da varíola dos macacos são semelhantes aos da varíola, mas com menor gravidade: febre, dores de cabeça, musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão, além de lesões na pele que se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para o corpo. Essas lesões se assemelham à catapora ou à sífilis até formarem uma espécie de crosta, que depois cai.
A transmissão da doença se dá a partir do contato com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e objetos e materiais contaminados, como roupas de cama. O possível surto foi identificado primeiro em pacientes do Reino Unido que não tinham viajado para regiões endêmicas, e a OMS ainda não identificou a fonte de transmissão desses novos casos. Como surgiram casos em outros países, isso pode significar que está havendo transmissão comunitárias em tais nações.
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"Por se tratar de uma doença viral, o contágio pode ocorrer através do contato com animal ou pessoa infectada. O paciente que identificar algum dos sintomas deve procurar o serviço de saúde. É recomendado o isolamento da pessoa com suspeita da doença, em um local com boa ventilação natural. As medidas sanitárias também devem ser cumpridas, como uso de máscara e higienização das mãos e objetos de uso pessoal", finaliza Bruna.
* Estagiária sob supervisão da editora Ellen Cristie.