Esta quarta-feira (13/7) é o Dia Mundial do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), data estabelecida para aumentar a conscientização sobre o problema que, segundo dados do Ministério da Saúde (MS), atinge, hoje, cerca de dois milhões de pessoas no Brasil.
A maior incidência, de acordo com a Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), ainda é em crianças: cerca de 3% a 5% da população mais jovem de todo o mundo. O transtorno neurolológico, que afeta o paciente ao longo da vida, incluindo na fase adulta, tem poucos achados na literatura médica e raros dados estatísticos sobre como é ser vivida na maioridade.
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Para crianças, existe um consenso médico sobre o que funciona como tratamento: normalmente é a combinação de uso de alopáticos, com a realização de atividades físicas frequentes e acompanhamento de um psicoterapeuta.
No caso dos alopáticos, a prescrição médica frequentemente inclui estimulantes do sistema nervoso central, tudo para melhorar a concentração, diminuir a ansiedade e a hiperatividade, trazendo, assim, outros benefícios de melhora cognitiva.
Mas e depois de adulto? Sabemos que estimulantes, além de trazerem inúmeras reações adversas e efeitos colaterais, são muito perigosos principalmente quando utilizados continuamente.
Uso do canbidiol melhora a transmissão da dopamina
Uma alternativa é o uso de canabidiol (CBD), substância extraída da planta cannabis. Os princípios ativos do CBD apresentam alto potencial terapêutico para adultos com TDAH. E, ao contrário dos alopáticos usados para tratamento em crianças, o composto fitoterápico da cannabis não apresenta efeitos colaterais graves. Além disso, os canabinoides possuem enorme segurança farmacológica com toxicidade praticamente nula.
“Pessoas com TDAH têm um nível baixo de dopamina, que é um importante neurotransmissor que controla habilidades cognitivas do cérebro como a memória, nível de atenção, ansiedade e humor. Esse baixo nível de dopamina causa, além de outras coisas, uma desordem nos déficits de atenção. O canabidiol se mostrou capaz de melhorar a transmissão da dopamina no cérebro, e isso melhora os processos cognitivos de modo geral", destaca Mariana Maciel, médica especialista em medicina canabinoide e fundadora da Thronus Medical, biofarmacêutica canadense pioneira em nano THC (tetra-hidrocarbinol) e nano CBD (canabidiol).
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Além disso, de acordo com Mariana Maciel, "o CBD torna os receptores de adenosina mais ativos no cérebro, reduzindo a ansiedade, que é um dos principais sintomas dos portadores de TDAH adultos”.
É importante lembrar que a utilização desses fármacos só pode ser feita sob prescrição médica. Dosagem e administração devem ser determinadas pelo médico prescritor, que deve manter um acompanhamento contínuo.
Por dentro do TDAH
Filipe Colombini, psicólogo e CEO da Equipe AT, organização especializada em acompanhamento terapêutico, explica que "os sintomas do TDAH, caso o transtorno não seja tratado de forma correta, causam problemas no desenvolvimento da criança, assim como dificuldades sociais e profissionais na fase adulta".
As pessoas com essa condição geralmente enfrentam adversidades como déficit no aprendizado e problemas de socialização, muitas vezes notados no início da idade escolar.
“O TDAH causa uma dificuldade na capacidade de autorregulação e autocontrole, por isso esses pacientes têm maior dificuldade em manter o foco em uma atividade e são considerados desatentos ou avoados”, destaca Colombini.
O diagnóstico é clínico, ou seja, é feito por meio de uma entrevista minuciosa e análise do histórico médico. “A identificação do TDAH é feita normalmente na infância, quando os sintomas começam a ficar evidentes”, afirma o psicólogo.
“Quanto mais cedo for definido o diagnóstico, melhor, já que o apoio de profissionais especializados em saúde mental, da área da psicologia e da psiquiatria, são fundamentais para um desenvolvimento saudável", continua Colombini.
Acompanhamento terapêutico (AT)
O acompanhamento terapêutico, conhecido como AT, é uma das modalidades de terapia indicadas para pacientes com TDAH. “O AT tem como proposta oferecer sessões terapêuticas fora do consultório. Isso costuma dar ótimos resultados porque a flexibilidade do atendimento permite acompanhar o paciente durante os estudos e demais momentos de sua rotina, identificando os gatilhos que levam à desatenção e agitação”, esclarece Filipe Colombini.
O psicólogo lembra que o AT também oferece uma atenção especial aos pais no processo de terapia, a chamada orientação parental. “São comuns os casos de TDAH em crianças, sendo que os responsáveis têm papel primordial para o tratamento dos pequenos".