Um médico anestesista foi preso na madrugada de segunda-feira (11/7) após ser acusado de estuprar uma paciente enquanto ela estava dopada e passava por um parto no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no Rio de Janeiro.
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Segundo a Polícia Civil, a prisão foi feita em flagrante pela Delegacia de Atendimento à Mulher da cidade porque o crime foi registrado em vídeo.
Os agentes foram acionados depois que funcionários da unidade de saúde desconfiaram da postura do anestesista e o filmaram durante uma cesariana.
O médico foi identificado pelas autoridades como Giovanni Quintella Bezerra.
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Segundo o portal de notícias G1, que teve acesso ao vídeo do momento do crime, ele teria passado seu pênis no rosto e na boca da paciente enquanto ela estava sob anestesia.
A polícia afirmou que Bezerra foi indiciado por estupro de vulnerável. A pena é de 8 a 15 anos de reclusão.
Em nota ao G1, os representantes legais de Bezerra na ocasião disseram que se manifestariam após ter acesso a depoimentos e provas relacionados ao caso.
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Posteriormente, o advogado informou à BBC News Brasil que se retirou do caso, e a reportagem ainda não conseguiu localizar os novos representantes de Bezerra.
O que aconteceu?
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Nas imagens é possível ver, do lado esquerdo do lençol, a equipe cirúrgica do hospital fazendo a cesárea.
Enquanto isso, do lado direito do lençol, a menos de um metro de distância dos colegas, um homem que o vídeo identifica como o anestesista se posiciona perto do rosto da paciente.
Segundo o portal, ele teria aberto o zíper da calça, puxado o pênis para fora e introduzido na boca da mulher.
Ainda de acordo com o portal, a violência teria durado dez minutos. Ao final, ele teria pegado um lenço de papel e limpado a vítima para esconder os vestígios do crime.
Como foi feita a filmagem?
O vídeo foi gravado e entregue à polícia por enfermeiros da unidade.
Os funcionários esconderam o celular na sala de cirurgia depois de desconfiarem da quantidade de sedativo usado pelo anestesista em outras ocasiões e da movimentação dele próximo a pacientes durante os procedimentos.
Segundo o G1, os funcionários do hospital trocaram a sala de parto para conseguir filmar o flagrante. No domingo (10/7), o médico já tinha participado de outras duas cirurgias em salas onde a gravação escondida seria inviável.
Como ocorreu a prisão?
Segundo a Polícia Civil, a equipe que realizou a prisão foi acionada para verificar a informação de que o anestesista havia sedado uma paciente em cirurgia de cesariana e abusado dela.
"Imediatamente, os policiais foram à unidade hospitalar e apuraram que, desconfiadas da postura do médico, as enfermeiras resolveram colocar um aparelho de telefone celular para registrar o que o ele fazia durante as cirurgias", diz a nota divulgada pela corporação.
Em um vídeo do momento da prisão divulgado pelo G1, o médico demonstra surpresa ao receber voz de prisão da delegada Bárbara Lomba e ao tomar conhecimento de que tinha sido gravado abusando da paciente.
Frascos do sedativo utilizado foram apreendidos, e funcionários do hospital prestaram depoimento na delegacia.
As investigações apuram se o médico teve outras condutas criminosas.
Quem é o médico?
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Giovanni Quintella Bezerra é médico anestesista e prestava serviço há seis meses como pessoa jurídica para o Hospital da Mulher Heloneida Studart e outros dois hospitais da região - o Hospital Estadual da Mãe de Mesquita e o Hospital Getúlio Vargas.
"O médico não é servidor do Estado", afirmou a Secretaria em nota. Ele tem título de especialista em anestesiologia e registro profissional regular.
A direção do Hospital da Mulher abriu uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas e notificou o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
Em nota, a Cremerj confirmou que recebeu as denúncias e abriu imediatamente um procedimento cautelar para suspensão imediata do médico, devido à gravidade do caso.
"Também está sendo instaurado processo ético-profissional, cuja sanção máxima é a cassação do exercício profissional do médico", disse o órgão.
Procurado, o Conselho Federal de Medicina (CFM) informou que caberá ao Cremerj a tomada de providências sobre o caso, conforme o previsto na legislação brasileira.
Em nota enviada ao G1, a defesa do médico afirmou que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante.
"A defesa informa também que, após ter acesso a sua integralidade, se manisfestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella."
O advogado informou posteriormente, na segunda-feira, à BBC News Brasil que não representa mais Bezerra no caso.
A reportagem ainda não conseguiu localizar os novos representantes legais do médico.
- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-62129399
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