Uma pesquisa conduzida pelo Instituto de Psiquiatria e Neurociência do King's College London, no Reino Unido, aponta que estado emocional abalado da mãe pode influenciar no comportamento e na personalidade do bebê após o nascimento, sendo este um fator determinante para o desenvolvimento de um adulto com problemas emocionais.
A psicogenealogista Roberta Calderini aponta que essa relação se estabelece porque a personalidade, a inteligência e os traumas de um adulto podem ser relacionados a sentimentos experimentados ainda no ventre da mãe.
Segundo ela, no momento em que a mãe vivencia um trauma, ocorre uma descarga emocional. Essa liberação de tensões, por sua vez, chega nas memórias celulares, que são passadas para o ventre e, consequentemente, atingem o bebê.
"Vamos imaginar o cenário de uma mãe ansiosa. Essa mulher está constantemente sob tensão, essa aflição é liberada no sangue por meio de hormônios e isso chega até o bebê. Da mesma forma, se a mãe fuma, bebe ou vive em um ambiente de grandes tensões, ela se torna uma pessoa com o emocional instável. Esses sentimentos vão ficar gravados na mente da criança, podendo se manifestar ao longo dos anos", explica.
Por esse motivo, uma mãe que não deseja o filho pode influenciar a criança a crescer com os sentimentos de negação e rejeição. "O nosso coração tem neurônios, e a partir das cinco semanas, esse órgão já está formado e batendo no ventre da mãe. Desta forma, todos os sentimentos da mãe em relação ao bebê são sentidos por ele, dando início a sua baixa percepção de valor. O bebê se sente negado espiritualmente, pois também ocorre uma negação daquela alma", exemplifica Roberta Calderini.
Ciência do início da vida
Baseada nesses estudos, Eleanor Luzes desenvolveu a tese do início da vida, na qual a pesquisadora frisa a importância de se preparar para conceber uma vida, antes mesmo da fecundação."O casal que deseja engravidar deve se preparar emocionalmente ainda no planejamento da gestão, se abstendo de álcool, drogas e de brigas, por exemplo. Durante a gestação, além do pré-natal cotidiano, o pré-natal psicológico também é importante para a mãe, inclusive, para aquela que não pode fazer esse planejamento", destaca Roberta Calderini.
De acordo com a psicogealogista, o amparo profissional com essa mãe irá trazer mais harmonia, tranquilidade e segurança para o período, o que previne que ela nutra sentimentos de melancolia e estresse. "Essa gestação precisa se passar em um ambiente tranquilo justamente para que a formação biológica do bebê e, consequentemente, a formação psíquica dele sejam o mais saudável possível. Se preparar para gestar é entender que o bebê é uma prioridade, porque toda a descarga emocional gerada por tensões é liberada no sangue do bebê e se multiplica diariamente. Diante do cenário, o bebê já nasce tenso e com propensão a diversos desequilíbrios emocionais como a ansiedade, por exemplo", reforça a especialista.