Uma análise de dados de pacientes com diabetes tipo 1 sugerem que aqueles que precisam de doses mais altas de insulina diária apresentam maior risco de desenvolver câncer a longo prazo. Na pesquisa, os médicos observaram 28 anos de dados do Teste de Controle e Complicações do Diabetes (DCCT, na sigla em inglês) e do estudo Epidemiologia das Intervenções e Complicações do Diabetes (EDIC, na sigla em inglês).
O estudo - publicado na revista médica JAMA Oncologia nesta quinta-feira (28/7) - observou evidências de dois modelos diferentes ajustados a múltiplas variáveis e sugerem que os pacientes com diabetes tipo 1 e que tinham maiores doses de insulina estavam associados a um aumento de mais de 4 vezes na incidência de câncer.
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Dos 1.303 pacientes, 7% tiveram diagnóstico de câncer após um total de 33.813 pessoas-anos de acompanhamento, o que correspondeu a uma taxa de incidência de 2,8 por 1.000 pessoas-ano.
As formas de câncer mais relatadas foram o câncer de pele, mama, reprodutivo e digestivo.
Além disso, entre os 93 pacientes com diagnóstico de câncer, 61% eram do sexo feminino, 9% desenvolveram câncer em 10 anos, 33% desenvolveram câncer entre 11-20 anos e 58% desenvolveram câncer entre 21-28 anos.
Contudo, entre outras variáveis, o hábito de se exercitar e o colesterol da lipoproteína de alta densidade foram inversamente associados à doença, mas a dose diária de insulina foi associada à incidência de câncer após ajuste para idade e sexo.
"Uma limitação deste estudo é o tamanho da amostra relativamente pequeno, o que impossibilitou análises com tipos específicos de câncer e resultou em uma ampla incidência de câncer para a dose diária de insulina", explicam os pesquisadores. "A associação encontrada pode estar sujeita a confusão residual e não foi necessariamente causal. Além disso, estudos maiores em pacientes com diabetes tipo 1 são necessários para validar essa associação", completam.