Enquanto o mundo ainda vive as sequelas da pandemia da COVID-19, uma outra epidemia menos visível tem se desenvolvido. Nos últimos anos, a população global sofre com um aumento significativo de transtornos mentais e o Brasil é disparado um dos mais afetados.
Apesar do cenário preocupante, períodos difíceis costumam trazer soluções inovadoras. E quando se fala em preocupação com a saúde mental, a teleterapia surgiu como uma alternativa que pode contribuir para mudar esse quadro. Milene Rosenthal, cofundadora da Telavita, clínica digital de saúde mental com atuação em todo o país, faz atendimento pela telepsicologia: "Mesmo antes da pandemia, o tratamento de saúde mental já precisava de práticas mais inovadoras e o acompanhamento de pacientes à distância era uma delas. Faz parte da democratização do acesso ao acompanhamento de saúde mental. A regulamentação da terapia on-line abriu um caminho sem precedentes". O Brasil é apontado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como líder no ranking de casos de ansiedade, com 9,3% da população ansiosa, o segundo nas Américas em casos de depressão, com quase 6% da população depressiva, e de acordo com o International Stress Management Association (ISMA-BR), o segundo país com maior número de trabalhadores afetados pela Síndrome de Burnout.
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Telemedicina a favor da saúde mental.
De acordo com um levantamento feito pela Telavita, com base em mais de 50 mil sessões feitas por meio da plataforma, a demanda por terapia on-line aumentou 400% no último ano e as empresas que oferecem o atendimento da healthtech aos seus colaboradores perceberam uma melhora de 77% no quadro de cuidados corporativos.
Como funciona a terapia online?
A teleterapia consiste em serviços de terapia prestados via internet e outras tecnologias, como videoconferência, chamadas telefônicas e até mensagens de texto.
Na Telavita, o paciente passa por uma avaliação on-line e, depois disso, escolhe um psicólogo disponível e agenda as sessões. A healthtech tem convênio com vários planos de saúde.
Pesquisas demonstram a eficácia do método
Uma pesquisa com mais de 1.200 adultos americanos do YouGov for Forbes Health descobriu que 63% das pessoas que tentaram a terapia on-line acharam-na eficaz.
Outro estudo, publicado no Journal of Affective Disorders, comparou um grupo de pessoas que receberam tratamento on-line para depressão com um grupo que recebeu tratamento presencial. O resultado foi que as sessões on-line eram tão eficazes quanto as presenciais, mas os participantes do grupo de tratamento on-line apresentaram menos sintomas três meses após a conclusão, enquanto os sintomas do grupo presencial pioravam.
“Por meio do acompanhamento on-line, conseguimos aliar alguns fatores que são importantes para o sucesso do tratamento. O fato de o paciente estar em um local seguro, familiar e de aconchego é um deles. Assim, ele se sente mais confortável para falar sobre suas aflições”, destaca Milene Rosenthal.