Os homens têm uma probabilidade alta de viver mais anos que as mulheres, especialmente aqueles casados e com diploma, segundo uma análise estatística baseada em dados de dois séculos de todos os continentes. O estudo foi publicado na revista BMJ Open.
Desafiando o conhecimento de que os homens não vivem tanto quanto as mulheres, os pesquisadores demonstram que entre 25% e 50% das pessoas do sexo masculino podem ultrapassar as do gênero oposto em termos de longevidade. Os cientistas usaram uma abordagem estatística específica, a de sobrevivência, para estudar as diferenças de mortalidade entre os sexos em 199 populações de todos os continentes, durante um período de 200 anos. Para tanto, utilizaram tabelas do Banco de Dados de Mortalidade Humana, além de informações separadas da Alemanha e do Reino Unido.
A vantagem da sobrevivência feminina foi observada ao longo do tempo em muitas populações diferentes. Mas as diferenças entre os sexos na sobrevivência são frequentemente identificadas comparando a expectativa de vida, que resume a duração média da vida em vez de anos vividos. "Isso tem sido interpretado como 'os homens não vivem tanto quanto as mulheres', explicam, no artigo, os pesquisadores.
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No estudo, os pesquisadores utilizaram a abordagem estatística que mede a probabilidade de uma pessoa de uma população com alta taxa de mortalidade sobreviver comparada à de alguém de uma população com baixa taxa de mortalidade. A análise dos dados mostrou que, desde 1850, a chance de indivíduos do sexo masculino sobreviverem às mulheres, em todos os momentos e em todas as populações, variou entre 25% e 50%, com apenas alguns valores acima de 50% em diferentes paísesm em épocas diversas.
Em outras palavras, os dados mostram que um e dois (25%-50%) em cada quatro homens sobreviveram às mulheres nos últimos 200 anos. Nos países desenvolvidos, essa probabilidade cai até a década de 1970, aumentando, em seguida, em todas as populações. As diferenças foram atribuídas principalmente ao tabagismo e a outros vieses comportamentais.
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A diversidade dos dados leva o grupo a defender a necessidade de uma abordagem mais sutil das diferenças sexuais nas estimativas de sobrevivência. "Uma interpretação cega das diferenças de expectativa de vida, às vezes, pode levar a uma percepção distorcida das desigualdades reais (na expectativa de vida)", escrevem. "Os esforços para reduzir as desigualdades ao longo da vida devem, portanto, visar diversos fatores, causas e idades."