No inverno é comum a incidência de alergias e doenças respiratórias, isso porque esse período é marcado pelo tempo seco. Em Minas Gerais, são esperadas para todo o mês de agosto variações de temperatura ao longo do dia, o que fez com que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitisse essa semana um alerta para 151 cidades mineiras sobre a baixa umidade do ar, que deve ficar abaixo de 30%, índice considerado preocupante para a saúde.
A mudança climática constante altera a umidade e a temperatura do ar e, em um ambiente mais seco, diminui a camada de muco que protege o nariz, favorecendo o surgimento de rinites e outras alergias. "Além disso, o ar quente e seco ou muito frio que chega aos pulmões provoca microlesões que desencadeiam dificuldades respiratórias", alerta o otorrinolaringologista José Netto.
Longos períodos chuvosos também causam transtornos para 30% da população brasileira que, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), convivem com crises alérgicas. "A alta umidade eleva a proliferação de fungos e ácaros, agravando alergias", completa o médico.
Rinite, asma e dermatite atópica estão entre as alergias mais diagnosticadas nos consultórios e, apesar de terem um forte componente hereditário, seus sintomas podem variar de acordo com o ambiente e os hábitos do paciente. "Pessoas que frequentam lugares que oferecem mais riscos podem ter mais sintomas do que aquelas que estão em locais arejados",
explica José Netto.
Soluções simples podem auxiliar no cuidado da saúde de maneira eficaz, principalmente em dias com grandes mudanças de temperatura, e ser o diferencial na prevenção de alergias e diminuição dos sintomas. Confira:
Sintomas alérgicos
Para atenuar crises alérgicas é necessário estar atento à hidratação do corpo e por isso o primeiro passo para a prevenção é observar como está a sua ingestão de água e readequá-la para os dias mais secos e quentes, a fim de atender as demandas do organismo.
Outra aliada da respiração, segundo José Netto, é a lavagem nasal com solução fisiológica que auxilia na limpeza dos microrganismos e ácaros da região, diminuindo sua proliferação. "A hidratação do nariz com soluções
apropriadas, como o hialuronato de sódio, também ajuda na manutenção da
camada de muco do nariz, barreira natural das doenças respiratórias e fungos",
orienta o médico.
Prevenindo rinites
De acordo com a Organização Mundial de Alergia (WAO), 40% da população mundial convive com a rinite alérgica e no inverno os sintomas podem ser ainda mais intensos. Para José Netto, reduzir a população de ácaros e alérgenos do ambiente é uma maneira de prevenir crises. "É importante retirar tapetes, cortinas e pelúcias do ambiente, usar o aspirador de pó e também spray de acaricida", recomenda. Além da lavagem nasal, evitar o uso de perfumes e produtos de limpeza de cheiro forte também estão entre as orientações para diminuir crises.
O médico ainda indica banhos rotineiros nos animais e a manutenção da ventilação natural do ambiente, através de portas e janelas. Dessa forma, é possível garantir um local arejado sem o uso do ar-condicionado, que quando ligado reduz drasticamente e rapidamente a umidade do ambiente.
Uma dica extra do otorrinolaringologista é aumentar o consumo de alimentos que fortalecem a imunidade, como vegetais de folhas escuras, romã, gengibre e laranja. "Durante crises mais intensas, é imprescindível buscar rapidamente a ajuda de um médico especialista."