O uso excessivo de dispositivos eletrônicos é uma das grandes preocupações do mundo moderno. Existem pesquisas que apontam para a perda de habilidades cognitivas e a chamada "demência digital", no entanto, um novo estudo mostra que os smartphones podem ajudar na memória.
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Os dispositivos se mostraram capazes de mudar a maneira como as pessoas usam a memória para armazenar informações importantes do cotidiano.
Para comprovar as premissas, os pesquisadores realizaram testes com 158 voluntários entre 18 e 71 anos. Cada participante assistia até 12 círculos numerados em uma tela e precisavam se lembrar de arrastar eles ou para a direita ou para a esquerda.
O número de círculos arrastados corretamente determinava o valor do pagamento que os voluntários receberiam no final. Um lado foi designado como de "valor alto" — ou seja, lembrar de levar o círculo para aquele lugar valia 10 vezes mais do que lembrar de arrastar o círculo para o lado de "valor baixo".
Os participantes fizeram a tarefa 16 vezes e dependiam completamente da própria memória em apenas metade delas. Na outra parte foi permitido o uso de alarmes em aparelhos celulares para se lembrar de arrastar os círculos.
ALERTAS Os participantes usaram os dispositivos celulares, em sua maioria, para lembrá-los de arrastar os círculos para o lado de "valor alto". E quando fizeram isso, a memória foi aprimorada em 18%, segundo os pesquisadores.
Além disso, a memória para os círculos de "valor baixo" também foi aprimorada em 27%, mesmo para as pessoas que não usaram alertas para se lembrar deles.
No entanto, os pesquisadores identificaram um risco potencial ao usar alertas para se lembrar. Quando os alertas foram retirados, os voluntários lembraram mais dos círculos de "valor baixo" do que dos de "valor alto". Isso, segundo dados da pesquisa, mostra como os voluntários haviam confiado as tarefas de "valor alto" nos dispositivos celulares e acabaram se esquecendo deles.
"Quando as pessoas tinham que lembrar por si mesmas, elas usavam sua capacidade de memória para lembrar as informações mais importantes. Mas quando eles podiam usar o dispositivo, eles salvavam informações de alta importância no dispositivo e usavam sua própria memória para informações menos importantes", explica Sam Gilbert, um dos autores da pesquisa.
Gilbert ressalta ainda que os dados acendem um alerta para os riscos potenciais de fazer o "backup" de informações importantes. "Se uma ferramenta de memória falhar, podemos ficar com nada além de informações de menor importância em nossa própria memória."