Os pontos-gatilho miofasciais (PGMs) são nódulos que estão numa faixa tensa, localizada no músculo que, espontaneamente ou à dígito-pressão, produzem um padrão de dor referida (sentida em lugar distante da origem da dor), reconhecida pelo paciente.
“Dessa forma, o paciente pode ter dor em outra área. Por exemplo, quando há um ponto-gatilho na parte superior do trapézio, a dor referida será ao lado do pescoço, podendo causar cefaleia, e dor no quadril, que pode ser confundida com dor ciática. Eles geram muita dor, sensação de queimação e até dificuldade de mover a parte afetada”, explica a fisioterapeuta Carina Mussel, especialista em dor e proprietária da ITC vertebral BH.
Carina explica que há diversas causas para os pontos-gatilho, entre elas, macrotraumas, microtraumas, isquemia, inflamação, sobrecarga funcional, estresse emocional, disfunções endócrinas, deficiências nutricionais e infecções crônicas. “Entre as principais causas estão o estresse, a falta de mobilidade na região afetada e o encurtamento muscular”, acrescenta.
Os pontos-gatilho são extremamente comuns nos dias de hoje. Com a vida atarefada, cheia de compromissos, estresse e, às vezes, sem nenhuma atividade física, é difícil quem não tenha pontos-gatilho. “É importante fazer sessões de liberação miofascial de 15 em 15 dias ou uma vez por mês, praticar atividade física que estimule a mobilidade articular, e alongamento muscular, além da meditação, que ajuda bastante, já que acalma a mente e relaxa os músculos”, recomenda.
A fisioterapeuta acrescenta que todos os adultos podem ter pontos-gatilho. “O grupo mais afetado são pessoas que trabalham por horas na mesma postura; aquelas que não têm um sono de qualidade; as que sofrem de estresse e as ansiosas. São mais comuns nas costas, na parte superior dos ombros, pescoço, quadris e panturrilhas.”
ESCALA DA DOR A fisioterapeuta destaca que existe uma escala de dor. “A escala de dor geralmente é alta (nível 7 podendo chegar a 10), com sensação de dor e queimação. O lugar mais dolorido, geralmente, é nas costas (parte torácica e no trapézio), que pode irradiar para o pescoço, podendo gerar dor de cabeça”, diz.
“O tratamento medicamentoso é feito com relaxante muscular, porém, é considerado pouco efetivo, pois só mascara os sintomas e não trata de fato o problema.” A fisioterapia atua na eliminação do nódulo por meio da liberação miofascial - massagem local, com o objetivo de melhorar a circulação daquele músculo, aliviando as tensões. Também trabalha a mobilidade articular da região afetada, tratando e evitando novos nódulos.
Carina Mussel enfatiza que o ponto-gatilho é uma tensão muito forte no músculo, que pode gerar uma inflamação, se não tratado corretamente. “Portanto, assim que você sentir o local rígido e com sensação de queimação, já pode procurar ajuda. O tratamento precoce evita que os nódulos se inflamem e irradiem para outras partes do corpo.”
Manual de sobrevivência
• 1 - Exercitar a musculatura de forma correta e controlada
• 2 - Fazer alongamento
• 3 - Reeducação postural
• 4 - Ter na rotina exercícios de relaxamento
• 5 - Praticar meditação
• 6 - Atenção com as posições na hora de dormir, na escolha do travesseiro (alto demais) e colchão (macio demais)
• 7 - Mudança de hábitos equivocados de vida que influenciam no bem-estar
• 8 - Ter acompanhamento profissional para evitar treinamentos físicos inadequados.
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