
Além disso, as crianças que não tiveram maturidade para entender a pandemia também teve quadros de estresse agravado dentro de casa, já que tiveram de lidar com a prática do ensino à distância.
Como reconhecer os principais sintomas?
Segundo a orientadora e psicopedagoga do Colégio Objetivo DF, Marcia Regina Costa Fonseca, com a volta das aulas presenciais, os sintomas foram reconhecidos na convivência com os colegas na escola e com a família em casa. “Na escola, percebemos crianças com hiperatividade na fala e no comportamento. E adolescentes com hábitos ou vícios de roer unhas, agitação, como pernas inquietas e relatos como aperto no coração, insegurança e até desconforto ao respirar. ”
O pós-pandemia trouxe consequências psicológicas para todos, e as crianças não ficaram de fora. A psicóloga do Hospital São Francisco de Brasília, Luciene de Castro, completa que identificar os sintomas não é uma tarefa simples: "Hoje, as crianças estão com suas agendas preenchidas de inúmeras atividades. Portanto, o estresse acaba indo para a conta do corre-corre diário. E os pais, geralmente, não se dão conta de que há um quadro de estresse estabelecido".
Como abordar o tema com as crianças?
A comunicação dentro de casa é fundamental para perceber e explicar o quadro de estresse. Além disso, as escolas têm papel indispensável na observação e apontamento para a família. "Lembrando que a escola e a família trabalham juntas neste contexto de pós-pandemia, principalmente para somar e favorecer o desenvolvimento psicossocial desta criança ”, conclui Márcia Regina Costa Fonseca.
Acompanhamento psicológico
A identificação do tipo de estresse é importante para o tratamento correto. Quando a criança apresenta sintomas leves decorrentes de um acontecimento, pode ser um estresse agudo. Porém, quando apresenta sintomas contínuos e duradouros, podem ser sinais de um problema crônico.
Depois do diagnóstico, os bebês, a partir de um ano e meio de idade, já podem começar o tratamento com profissionais. "Esse acompanhamento se torna fundamental para que a criança não tenha comprometimentos no seu desenvolvimento psíquico e até mesmo físico em alguns casos”, afirma a psicóloga Luciene de Castro.
O que pode causar estresse na criança?*
- Excesso de responsabilidade
- Doenças e hospitalizações
- Nascimento do irmão
- Rejeição entre coletas da escola
- Perdas familiares
- Mudança de residência, cidade ou escola
- Briga entre os pais
- Violência doméstica
- Exigência exagerada de desempenho escolar ou esportivo
*Fonte: Unimed Fortaleza
Como identificar?*
- Ansiedade
- Desobediência
- Choro excessivo
- Pesadelos
- Insônia
- Doenças psicológicas
*Fonte: Unimed Fortaleza
Vale destacar que existe um teste chamado de escola de estresse infantil, que são perguntas focadas em quatro fatores: reações físicas, psicológicas, reações psicológicas com componente depressivo e reações psicofisiológicas. Todas ajudam na identificação do comportamento.