O ministro da Saúde anunciou, nesta segunda-feira (22/8), o lançamento da Campanha Nacional de Prevenção à Varíola dos Macacos, que tem como objetivo informar a população brasileira sobre as formas de transmissão da monkeypox, cuidados para evitar o contágio, os sintomas e como agir se tiver suspeita. De acordo com o ministro, Marcelo Queiroga, a previsão é de que as tratativas para as vacinas sejam finalizadas amanhã.
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Queiroga informou, contudo, que os imunizantes "não irão controlar o surto" e que medicamentos contra a doença são, na verdade, "uma complementação à prevenção". O fundamental, de acordo com ele, "é o repasse de informações corretas".
"A questão das vacinas é antiga, é de vírus inativado. Era uma pequena indústria da Dinamarca que produzia para atender uma necessidade restrita e essa pequena indústria não tem condições de escalar a produção de vacina e tampouco há hoje qualquer indicação para vacinação em massa decorrente da varíola dos macacos", justificou o ministro.
"Porque há uma carência desse insumo a nível mundial. Os EUA adquiriram 800 mil doses, Reino Unido me parece que 30 mil doses, a Opas conseguiu 100 mil doses para a América Latina - dessas, o Brasil vai ficar com 50 mil", continuou.
Queiroga informou ainda que a quantidade não será suficiente para realizar uma vacinação em massa e que a data de chegada ainda é incerta. Primeiramente, a entrega seria no fim do mês de agosto. Agora, o lote é aguardado para o início do mês de setembro, em três remessas.
Lacunas na cobertura
Na campanha nacional, a estratégia formulada pela pasta vai priorizar segmentos que estão em contato direto com a doença. Portanto, locais como o Alto Amazonas "não têm condições de realizar um teste", disse Queiroga. Se for necessário, contudo, o ministro alegou que poderá ampliar o escopo de trabalho.
"No Alto Amazonas não temos a condição de realizar um teste de Monkeypox no presente momento, mas se houver a necessidade de ampliar, até mesmo para atender a população indígena aldeada ou não, faremos isso", declarou.
Da mesma forma, o ministro explicou que as doses de vacina serão direcionadas para os profissionais de saúde que lidam diretamente com a doença. "Vamos conseguir 50 mil doses, mas elas não têm o poder de controlar esse surto. Estão aí para proteger os profissionais de saúde que lidam diretamente com o material contaminado. Com essas 50 mil doses não dá para proteger todos os profissionais de saúde do Brasil, até porque a maioria deles não lida com essa situação", detalhou.