Apesar do clima ameno e convidativo para ficar um tempo a mais na cama, o inverno está longe de ser a melhor estação do ano para algumas pessoas, já que é nessa época de baixas temperaturas que as dores no corpo aumentam. A fisioterapeuta e ex-atleta profissional, Walkyria Fernandes, explica o porquê isso ocorre. "Quanto mais tempo o paciente fica parado, mais dolorosa será a estação. No inverno, com a temperatura mais baixa, a tendência é nos encolhermos, ficarmos mais parados e isso só piora as dores, já que o corpo vai ficando mais rígido. O exercício faz com que suas articulações fiquem mais lubrificadas".
A fisioterapeuta clínica alerta para o cuidado ao alongar-se antes dos exercícios, com intuito de se “aquecer”. Segundo Walkyria Fernandes, o
alongamento não previne lesões e nem aquece os músculos. Para essa finalidade, os movimentos de mobilidade são os mais indicados, os famosos “vai e vem” ou de rotação dos membros - práticas muito utilizadas por atletas antes de uma competição.
"Esses movimentos de repetição lubrificam as articulações. Além disso, a principal dica é manter o corpo em movimento. Os exercícios ajudam a elevar a temperatura corporal, que é importante para não causar dores articulares e musculares", enfatiza Walkyria Fernandes.
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Quanto mais crontraído o corpo, menos mobilidade
A fisioterapeuta clínica explica que existe uma membrana fina e transparente no corpo, localizada em cima dos músculos, chamada fáscia, que oferece a sensação de rigidez ou elasticidade ao corpo. "Quanto mais contraído o corpo estiver,
menos mobilidade ele terá. Essa menor mobilidade faz com que você se desloque menos e isso gera cada vez mais tensão na fáscia. Um exemplo disso são os pacientes que já sofrem de artrose, um processo degenerativo que afeta as cartilagens. Esses tecidos são os que protegem as articulações. Durante o inverno, eles ficam mais suscetíveis. Isso ocorre pela baixa temperatura, ou seja, um estreitamento dos vasos sanguíneos, que consequentemente prejudica a circulação do sangue".
Heloisa Gaelzer Müller, que mora do Rio Grande do Sul, diz que gosta do frio, mas percebe que nessa época do ano as dores aparecem com mais frequência. "O clima no Sul é bem cruel no inverno. Tenho notado que essas dores aparecem mais no final do outono e no inverno. Já tive muita dor em um ponto de artrose. Além disso, as dores tensionais tipo da cervical e suas irradiações também surgem. Tenho tendência a ficar mais encolhida, parada em casa, saindo menos, me mexendo pouco em função do frio. Tudo isso contribui para a piora das dores já existentes, não somente pelo clima em si, mas pelas limitações ao movimento que são induzidas pelo clima. A solução que encontrei foi o pilates, com exercícios de mobilização e fisioterapia quando necessária", comenta a paciente.