Médicos da Universidade de Catania, na Itália, reportaram o primeiro caso de infecção simultânea de COVID-19, HIV e varíola dos macacos. O paciente italiano de 36 anos teve as três doenças ao mesmo tempo em julho de 2022.
O caso do paciente foi reportado na revista científica Journal of Infection e, segundo os pesquisadores, o paciente testou positivo para a doença depois de uma viagem de quatro dias para a Espanha.
Nove dias após retornar da viagem, o homem começou a apresentar sintomas da COVID-19 como febre, garganta seca, fadiga e dor de cabeça. Em 2 de julho, o teste para SARS-CoV-2 foi o primeiro positivo que ele teve.
Na mesma tarde, começou a apresentar sintomas da varíola do macaco com erupções na pele do braço esquerdo. Os sintomas foram se intensificando e, em 5 de julho, ele foi até a emergência do Hospital Universitário de Catania, e depois transferido para a unidade de doenças infecciosas.
Tratamento para sífilis
No hospital, o homem informou que estava em tratamento para a sífilis desde 2019 e que, em setembro de 2021, tinha realizado teste de HIV, que havia dado negativo. Ele também toma remédios para o transtorno bipolar e já havia contraído COVID-19 em janeiro de 2022.
Outro detalhe que ele informou no hospital foi que teve relações sexuais sem preservativos durante a viagem à Espanha. Assim, como a maioria dos casos da varíola dos macacos está relacionada ao sexo, foram feitos outros testes para Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs) e o diagnóstico de HIV acabou confirmado.
Pela contagem de glóbulos brancos no sistema do paciente e como ele havia sido testado em setembro para a HIV, os médicos acreditam que a infecção era recente. "Esse caso destaca como os sintomas da varíola dos macacos e da COVID-19 podem se sobrepor e corrobora como em caso de coinfecção, a coleta anamnésica (históricos clínicos) e os hábitos sexuais dos pacientes são cruciais para realizar o diagnóstico correto", explicaram os médicos no texto.
Eles enfatizam ainda que as relações sexuais podem ser a forma predominante de transmissão, "portanto, a triagem completa de DSTs é recomendada após o diagnóstico de varíola dos macacos", ressaltam.
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Eles concluem o texto salientando que como este é o primeiro caso de coinfecção pelo vírus da varíola dos macacos, SARS-CoV-2 e HIV ainda não existem evidências que suportem a ideia de que essa combinação possa agravar a condição do paciente.