Jogador David Luiz

David Luiz, zagueiro do Flamengo, foi diagnosticado com hepatite viral

Instagram/Divulgação

O diagnóstico de hepatite viral do jogador David Luiz do Flamengo chama mais uma vez atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da doença. A coordenadora de Ciência, Inovação e Tecnologia do Laboratório São Paulo, Cláudia Assunção, lembra que manter o cartão de vacina sempre atualizado, desde a infância, é a melhor forma de se manter protegido. "Tomar todas as vacinas recomendadas para a faixa etária é a melhor opção para combater os vírus e se prevenir de doenças leves, moderadas e até as mais graves", ressalta.

 

Tratando-se do vírus da hepatite A, o esquema vacinal utilizado tanto pelo SUS quanto o das redes privadas preveem a aplicação de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas, contudo, a dose de reforço, que amplia a proteção, só está disponível na rede privada. "A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda a aplicação aos 12 e 18 meses de idade. Quando as crianças não forem vacinadas nessas idades a vacinação deve ocorrer o mais cedo possível", completa.

 

Adolescentes e adultos não vacinados ao nascer só conseguem a dose na rede privada. Enquanto isso, os idosos devem buscar orientação profissional para autorização da vacina. Cláudia salienta que grávidas não devem tomar a vacina, somente se for realmente necessário e se todos os benefícios e riscos tiverem sidos avaliados junto ao médico.

 

De acordo com a coordenadora, O vírus da hepatite A está presente em águas ou alimentos lavados com águas contaminadas. Os sintomas são leves, como cansaço, tontura, dor na barriga, pele e olhos amarelados. O diagnóstico é feito por meio de exames de rotina para avaliar o funcionamento do fígado, que fica inflamado. Contudo, a pessoa passa a ter restrições de doações de sangue e de leite materno.

 

A população também precisa se prevenir contra a hepatite B, que vem do vírus B (HBV) é infecciosa e transmissível. A doença não apresenta sintomas na fase inicial, mas se evoluir pode provocar complicações com a necessidade de transplante, câncer de fígado ou a cirrose.

 

A transmissão da hepatite B se dá por meio do sangue contaminado. Sendo assim, é preciso evitar compartilhar materiais como agulha, seringa, lâmina de depilar, alicate de unha e não manter relações sexuais sem proteção com pessoa contaminada.

 

Vacina: melhor proteção contra hepatite

Assim como a hepatite A, a melhor maneira de se proteger contra a B é por meio da vacina. Os recém-nascidos devem tomar a primeira dose nas primeiras 12 horas de nascido ou no máximo nos primeiros 30 dias. O reforço deve ser tomado em três doses com intervalo de 60 dias entre elas. Já as crianças a partir de cinco anos, que não tenham tomado a vacina da hepatite B, devem tomar três doses com intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose, e de 180 dias entre a primeira e a terceira dose.

 

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A hepatite C do vírus HCV não tem vacina, mas é possível fazer o tratamento e evitar complicações, cerca de 95% das pessoas infectadas são curadas. Com isso é preciso ter um cuidado maior e evitar o contagio por meio de sangue contaminado e não compartilhar objetos de higiene pessoal. A mulher também pode passar a hepatite C para o seu filho durante a gestação ou no parto.

 

Segundo o Ministério da Saúde, cansaço, febre, enjoo e dor abdominal são alguns dos sintomas causados pelas hepatites virais (tipos A, B e C), infecções que atingem o fígado e podem evoluir para sintomas graves. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,4 milhão de mortes por ano são causadas por complicações decorrentes dessas doenças no mundo.

 

*Estagiária com supervisão do subeditor Diogo Finelli.