Nas redes sociais, há dezenas de vídeos de pessoas ensinando a fazer o desafio. A ideia é inalar a maior quantidade possível de aerossol. Quem conseguir por mais tempo, ganha.
O desodorante aerossol é feito com substâncias químicas consideradas antissépticas, tais como álcool e alumínio.
Segundo a médica pneumologista da Saúde no Lar, doutora Michelle Andreata, a prática a longo prazo pode levar a dependência e lesão direta dos pulmões, já que a composição é bastante irritativa às vias aéreas.
“Nos desodorantes aerossóis há parte de éter, álcool e gases como isobutano em sua composição. Essas substâncias podem ter efeito no sistema respiratório, competindo com o oxigênio, e impedindo a troca adequada desse gás nas hemácias, causando a hipóxia, que é a ausência de oxigênio nos tecidos”.
Além disso, a doutora explica que a inalação do aerossol pode provocar a parada cardíaca por asfixia.
“O éter e o álcool podem ter efeito de redução do nível de consciência. Esses efeitos somados podem levar à morte por asfixia”.
Possíveis casos
Na noite dessa quinta-feira (25/8), um menino de 10 anos morreu depois de entrar em um armário e inalar o aerossol. A suspeita é de que ele viu o desafio na internet e tentou reproduzir.
Em nota, a Polícia Civil informou que não há indício de violência no corpo da criança, mas que não descarta nenhuma linha de investigação.
O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal Dr André Roquette, onde foi submetido a exames e liberado aos familiares.
“A causa e as circunstâncias da morte da criança estão sendo investigadas. Mais informações serão repassadas após a finalização dos laudos e a conclusão do inquérito”.
Em 2018, uma criança de 7 anos morreu ao tentar fazer o desafio em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Segundo a família, Adrielly Gonçalves brincava do "desafio do desodorante", que havia visto nas redes sociais, quando desmaiou e teve uma parada cardíaca.